A Polícia Civil segue tentando encontrar alguma pista do suspeito de jogar líquido ácido em cinco pessoas entre quarta-feira (19) e sexta-feira (21) da semana passada na zona sul de Porto Alegre. O delegado Luciano Coelho, titular da 13ª Delegacia, obteve imagens de quatro dos cinco crimes, mas infelizmente as câmeras de residências no entorno dos locais onde houve os ataques não têm boa resolução, e algumas ficam distantes dos pontos em que as vítimas ficaram feridas.
Coelho não está divulgando as imagens no momento pelo fato de que ainda precisam de uma análise mais detalhada e provavelmente serão encaminhadas para perícia. GaúchaZH teve acesso a duas delas. Em um dos vídeos, na Rua Santa Flora, no bairro Nonoai, uma mulher com camiseta verde sai para caminhar na calçada da via quando um veículo HB20 branco, usado pelo criminoso, se aproxima da vítima. É possível notar uma movimentação atípica, mas a definição não é das melhores e a câmera fica a pelo menos a 200 metros do fato. Em outra imagem, o mesmo carro se aproxima de outra vítima, mas as imagens também não têm boa resolução, além de serem escuras. É possível apenas notar que há uma pessoa dentro do carro e que estaria segurando um objeto — que pode ser uma garrafa, mas a identificação não é possível.
Em imagens obtidas da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), do trajeto entre a Rua Francisca Prezzi Bolgnesi, na Hípica —onde houve dois ataques —, até a Rua Santa Flora — onde houve três ataques —, são pelo menos 12 mil veículos trafegando neste trecho entre as 6h50min as 7h40min da última sexta-feira. Neste período, houve quatro ataques nos dois locais.
Coelho diz que recebeu reforço de quatro policiais do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) e tem seis agentes fazendo apenas o trabalho de pesquisa. Primeiro, eles buscam identificar um HB20, e depois tentar visualizar a placa. Até o momento, a polícia não conseguiu ver a placa do carro nas imagens que já obteve. Em alguns casos há neblina, em outros está muito escuro.
— É um trabalho de formiguinha agora. Já ouvimos as cinco vítimas, tentamos imagens melhores e também outra do ataque que ainda não conseguimos. Mas estamos também atrás de um suspeito e estamos mobilizados para encontrá-lo o mais rápido possível — explica Coelho.
Além dos seis agentes fazendo pesquisas, bem como análises de imagens e de outras provas, outros quatro agentes fazem o trabalho de campo. Eles buscam mais testemunhas e imagens, entre outras apurações policiais. Na manhã desta terça-feira (25), Coelho entregou para a perícia as roupas corroídas pelo líquido ácido e que são das cinco vítimas. Não há registros de novos ataques desde a última sexta-feira.
A Polícia Civil, que tem como objetivo agora confirmar as placas do veículo HB20, também espera obter da perícia o tipo de substância que foi jogada nas vítimas. Informações que possam levar ao autor dos crimes devem ser repassadas à 13ª DP pelo telefone (51) 3242-1108.