A Polícia Civil realiza investigação paralela sobre o fato de moradores do bairro Cavalhada terem recebido uma carta com ameaças e instruções para jogar ácido em outras pessoas. O objetivo é confirmar se a ação tem ligação com os casos de cinco pessoas atingidas por líquido corrosivo na semana passada, na zona sul de Porto Alegre, ou se é um fato para prejudicar o trabalho dos agentes.
Nesta quarta, o titular da 13ª Delegacia de Polícia, delegado Luciano Coelho, que está à frente do caso, reuniu-se com o delegado regional da Capital, Fernando Soares, para garantir o apoio de mais dois investigadores, que ficarão responsáveis pela investigação paralela.
- Estamos iniciando a apuração e não podemos prejudicar o trabalho que já realizamos sobre os ataques ocorridos - explica Coelho.
Os dois agentes terão a missão de procurar imagens de câmeras de segurança na Rua Dona Zulmira. Foi lá que alguém teria usado uma pedra para arremessar uma carta na residência de um casal. Eles também procuram testemunhas. Os proprietários da casa já depuseram e foram orientados a sair do local, bem como não enviar os filhos para a escola por alguns dias. Na carta, havia ameaças contra a segurança da família se eles não jogassem ácido em mais duas vítimas dentro de um prazo estabelecido.
Sobre os ataques, Coelho já conta com apoio de quatro policiais do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), sendo seis para analisar centenas de imagens de câmeras e quatro para fazer o trabalho de campo.
Quatro mulheres e um adolescente foram atingidos por ácido
Os cinco ataques, que atingiram quatro mulheres e um adolescente, ocorreram na semana passada nas ruas Santa Flora, no bairro Nonoai, e Frederica Prezzi Bolognesi, no bairro Hípica, ambos na zona sul da cidade.
A polícia aguarda para quinta-feira o resultado de perícia nas roupas de vítimas, principalmente para saber qual substância química foi usada nos crimes, e tenta identificar placas de veículos HB20 de cor branca que passaram pelas vias nos momentos em que ocorreram os ataques, no fim da noite da quarta-feira da semana passada e no início da manhã da última sexta-feira.
Algumas imagens também estão sendo periciadas, mas, por enquanto, ainda não há suspeito ou carro identificados. Também não ocorreram mais ataques registrados por vítimas, apenas boatos. Na noite de terça-feira (25), houve um novo depoimento na 13ª DP. Seria uma testemunha, mas a polícia ainda não repassa detalhes para não prejudicar a investigação.