Um homem de 37 anos foi preso, na madrugada desta quarta-feira (12), após manter três filhos da ex-companheira em cárcere privado em Nova Santa Rita, na Região Metropolitana. Um deles, uma menina de 12 anos, foi mantido na casa por cerca de seis horas.
Segundo a Brigada Militar, o homem chegou ao Loteamento Lago Califórnia por volta das 20h de terça-feira e chegou a abordar uma pessoa, pensando ser a ex-companheira. A mulher, acreditando tratar-se de uma tentativa de assalto, acionou a BM, que foi ao local.
Ao chegarem, policiais se depararam com o homem mantendo a adolescente e outras duas crianças, sem idades confirmadas, em cárcere privado. Na tentativa de abordagem, ele atirou contra uma viatura — o tiro não atingiu nem o veículo, nem policiais — e se trancou dentro da casa.
Policiais de Canoas e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), de Porto Alegre, foram chamados. Durante a noite, o homem chegou a aceitar uma troca oferecida pelos policiais militares: entregou as duas crianças e recebeu um cigarro.
— Os policiais relataram que ele estava muito transtornado, alterado; havia consumido drogas e bebida alcoólica e estava sem dormir. Tanto que aceitou trocar duas crianças por um cigarro. Mas a menina mais velha foi mantida na casa até o final — explicou a delegada Marina Lamar, que registrou a ocorrência na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Canoas.
A adolescente foi mantida no local até por volta das 2h desta quarta-feira, quando foi libertada após cerca de seis horas. O homem se entregou e foi preso em flagrante por cárcere privado qualificado e porte ilegal de arma, já que, com ele, foi encontrado um revólver calibre 38 com numeração raspada.
O homem não era o pai das crianças. Segundo a Polícia Civil, a mãe chegou ao local durante a noite. Os filhos não ficaram feridos.
— As crianças mais novas choravam muito, mas a mais velha relatou à mãe tudo o que aconteceu. Agora elas serão ouvidas, no decorrer da investigação, em um ambiente adequado. Pelo que sabemos, inicialmente, as crianças e a adolescente estavam sozinhas em casa, porque a mãe estava no trabalho. Mas isso também será investigado — afirmou a delegada.
Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os nomes não estão sendo divulgados.