Dois homens que estavam detidos em viaturas na frente do Palácio da Polícia na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, conseguiram escapar. A fuga foi percebida por volta da 0h30min desta sexta-feira (3).
A dupla estava há quase cinco dias no local, custodiada por policiais militares, aguardando uma vaga no sistema prisional — situação que se tornou rotineira em Porto Alegre por causa da superlotação das prisões gaúchas.
Segundo a Brigada Militar (BM), a dupla estava em uma viatura modelo Blazer. Um deles estava com o pulso algemado na direção e o outro na fechadura da porta, no banco traseiro. Os dois conseguiram abrir as algemas, que ficaram na viatura após eles sumirem. Dois arames foram encontrados dentro do carro e suspeita-se que tenham sido utilizados para desbloquear o dispositivo.
A dupla havia sido presa por uma guarnição do 9º Batalhão de Polícia Militar na Praça Parobé, no Centro, no dia 29 de abril. Conforme a ocorrência, Ricardo Fabiano da Rosa Pereira, 37 anos, foi encontrado com pedras de crack e dinheiro e, por isso, foi preso em flagrante por tráfico de drogas. O outro, Jonathan Vieira Cardoso, 29, tinha contra si um mandado de prisão em aberto.
Os homens não haviam sido encontrados até a publicação desta reportagem. A BM declarou que vai abrir uma sindicância para apurar os fatos.
Problema
A situação da superlotação de presídios causa um efeito cascata na segurança pública gaúcha. Sem vagas em cadeias, as pessoas que são presas ficam detidas em delegacias. Quando as unidades da Polícia Civil já estão com carceragem lotada, quem fica com a responsabilidade são os próprios policiais da BM, que acabam afastados do patrulhamento das ruas.
Na manhã desta sexta-feira, a situação era mais uma vez crítica: havia 70 presos em delegacias e viaturas somente em Porto Alegre. Com isso, 21 brigadianos estão afastados do policiamento. Policiais reclamam das condições de trabalho.