A Polícia Civil do Rio Grande do Sul e a de Santa Catarina prenderam no fim de terça-feira (30) uma gaúcha em Palhoça, Grande Florianópolis, por envolvimento na execução de um homem no início do mês passado em Canoas. A investigação descobriu que ela e mais três suspeitos ainda procurados receberam ordens para desferir 32 tiros em um homem pelo fato de que eleteria desviado 32 quilos de cocaína avaliados em R$ 640 mil. O assassinato seria um recado para os demais integrantes de facções dos dois Estados sob a alegação de que o golpe quase provocou uma guerra entre as duas organizações criminosas.
A investigação começou já no dia 1º de abril deste ano, logo após o homicídio ocorrido no bairro Mathias Velho, em Canoas. O delegado Thiago Carrijo, da Delegacia de Homicídios do município, descobriu que a vítima, que tem 40 anos e que não teve o nome divulgado para manter a segurança de familiares, era integrante de uma facção que tem base na zona leste de Porto Alegre.
O homem foi apontado pelos comparsas como o responsável por desviar drogas que eram enviadas por criminosos de outra organização criminosa de Santa Catarina. Os suspeitos descobriram que ele havia se apropriado de 32 quilos de cocaína, provavelmente para vender por conta própria, e por isso teria levado um tiro para cada quilo de droga furtado.
O desvio quase levou a confrontos armados entre os dois grupos, que trocavam acusações mútuas exatamente pelo sumiço de entorpecentes negociados entre os dois Estados. Carrijo informou que os líderes das duas facções deram ordens para que esta execução fosse um recado para os demais integrantes das quadrilhas.
A mulher de 50 anos, com antecedentes criminais, teve a autoria reconhecida após várias provas obtidas pelos policiais. Entre elas estão impressões digitais identificadas no veículo onde a vítima foi executada. No local, também foi apreendido um quilo de cocaína. Outros três homens, naturais dos dois Estados, foram identificados. Por enquanto, os nomes não estão sendo divulgados, pelo menos até a conclusão do inquérito e a prisão dos três suspeitos.
— Essa suspeita de acordo e de colaboração entre as duas facções é o foco da nossa investigação — diz o diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Mario Souza.