O principal suspeito pelo assassinato de Clarice Aparecida da Silva, encontrada morta sábado (18) dentro de um carro no interior de Ronda Alta, no norte do Estado, se apresentou à polícia na manhã desta terça-feira (21) e confessou o crime. O homem, de 43 anos, foi preso preventivamente e encaminhado ao Presídio Estadual de Sarandi.
De acordo com a Polícia Civil, o advogado do suspeito teria entrado em contato com as autoridades policiais e afirmado que apresentaria seu cliente. A arma usada no crime – um revólver cadastrado no nome do sogro do homem– também foi entregue à polícia.
Segundo o delegado Leandro Antunes, responsável pela investigação, o suspeito disse em depoimento que mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima, e a matou porque ela não teria aceitado terminar o casamento. Informalmente, após o interrogatório, ele disse que o relacionamento começou em fevereiro e que, há algumas semanas, o filho dele descobriu o caso e contou para a mãe, que se separou.
— Em função de sua separação, o homem passou a cobrar da vítima que também se separasse do marido, para ficar com ele. Ela teria aceitado, mas depois voltou atrás e não quis largar o esposo. Então, ele acabou premeditando o homicídio — explicou o delegado.
O homem deve responder por homicídio triplamente qualificado. Segundo Antunes, o crime foi cometido por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e em razão de gênero.
À polícia, o suspeito disse que saiu do veículo — uma Amarok de cor prata – puxou a arma e atirou contra a vítima, que não esperava ser alvejada. O casal não teria discutido antes do crime.
No local do crime, ao lado do corpo da vítima, a polícia encontrou um anel de ouro, que o suspeito teria comprado em Três Palmeiras e entregue à vítima no Dia das Mães. Momentos antes do crime, a mulher – que tinha uma filha de 18 anos com o marido – teria devolvido o presente.
— Estamos fazendo diligências em Três Palmeiras. Vamos ouvir cerca de 10 pessoas e esclarecer a motivação. Ele ameaçava bastante ela, mas sempre dizia que iria matar o marido dela, e não ela — explicou o delegado.