A decisão judicial que confirmou a prisão de três dos quatro presos pelo assalto a banco em Porto Xavier, no Noroeste, revela também o valor levado pela quadrilha no crime da última quarta-feira (24). Segundo o documento, os criminosos carregaram R$ 1,1 milhão do Banco do Brasil em mochilas. A Polícia Civil não havia informado o valor roubado.
A testemunha ainda informou que os criminosos entraram no banco por volta das 14h30min, portando armas de grosso calibre e usando luvas. Um dos assaltantes atirou contra a porta giratória e outro quebrou o vidro com uma picareta. Na sequência, um funcionário foi rendido e ameaçado pelos quadrilheiros, exigindo que o cofre fosse aberto.
GaúchaZH teve acesso ao documento, assinado pela juíza plantonista Gisele Bergozza Santa Catarina, de Guarani das Missões, em 28 de abril. A decisão converteu as prisões em preventivas contra três detidos: Flávio Rogério Oliveira, Ivo Zimmer e o sargento da reserva da Brigada Militar Delci Engers.
Em depoimento, somente Oliveira decidiu contar o que sabia aos policiais civis. O preso relatou que o sargento emprestou a fazenda usada como base da quadrilha, prestou apoio aos criminosos e "organizou toda a empreitada". O relato difere do informado pela Polícia Civil em coletiva de imprensa, de que o sargento da reserva havia prestado apoio logístico ao grupo.
Ainda em seu testemunho, Oliveira apontou o nome de Aleixo Gustavo Zelinski, 24 anos, preso na última segunda-feira (29) após negociar os termos de sua rendição com a Polícia Civil. Ele ainda confirmou ser um dos participantes do confronto armado que resultou na morte do soldado da Brigada Militar Fabiano Heck Lunkes, na madrugada seguinte ao roubo.
Oliveira, por fim, ainda disse que foi para o Noroeste exclusivamente para participar do crime, partindo da Região Metropolitana. Ele possui moradia em Gravataí e já tinha outros antecedentes criminais.
No documento, a juíza elencou as provas e os motivos dos quais considerava importante para a manutenção da prisão do trio. A magistrada ainda autorizou a polícia a extrair todos os dados contidos no celular do sargento da reserva preso.
A juíza pondera que Oliveira voluntariamente contou os detalhes aos policiais, apontando os demais. Considera, também, prova importante contra Zimmer o fato de ele estar no sítio usado pela quadrilha no momento em que foi preso. Contra o sargento da reserva, a principal prova na Justiça, até o momento, é o depoimento de Oliveira.