Até mesmo quem não conhecia Fabiano Heck Lunkes, 34 anos, chegou chorando à missa em homenagem ao policial na manhã desta sexta-feira (26), em Cerro Largo. O soldado foi morto na madrugada de quinta-feira (25) durante confronto com criminosos que assaltaram um banco em Porto Xavier, no noroeste do Estado, no dia anterior.
Colegas não escondiam a emoção e a família só fazia elogios ao militar que estava havia nove anos lotado na cidade da região das Missões, de onde foi deslocado para ajudar nas buscas aos assaltantes em uma zona de mata entre as cidades de Porto Lucena e Campina das Missões. Os bandidos seguem foragidos, acredita-se que embrenhados na mata.
Uma soldado que trabalhou com Lunkes o descreveu como querido, meigo e doce.
— Era um baita policial, com quem podíamos contar para tudo. Tudo mesmo — disse, aos prantos, pedindo para não ter o nome divulgado.
Antes de entrar na Brigada Militar, Lunkes entregou jornal em Cerro Largo, sua cidade natal e onde constituiu família. O soldado deixa um filho de quatro anos, José Fernando, que recebeu esse nome em homenagem a duas pessoas que o PM tinha admiração: o pai, José, e o ídolo colorado Fernandão.
Lunkes era apaixonado pelo Inter e vibrava com a classificação do Colorado na Libertadores. Ele também deixa esposa, a mãe e uma irmã mais nova. O pai morreu há cinco anos.
Francine Lunkes, 30 anos, esteve com o primo no dia 2 de março, quando o soldado foi padrinho de casamento de sua mãe.
— Estávamos todos muito felizes e ele estava numa fase muito boa da vida. A gente percebia isso só de olhar.
Romulo Lunkes, 24 anos, outro dos 17 primos, lembra que o brigadiano era muito valente.
— A pessoa mais corajosa que eu conheci na vida — garante.
A paixão por um modelo específico de carro, Romulo adquiriu com o primo militar.
— A primeira vez que andei de Opala foi com ele. O Fabiano tinha um preto, lindo demais — lembra.
A missa de corpo presente ocorreu na Igreja Matriz de Cerro Largo e, em seguida, uma procissão se deslocou ao cemitério municipal. O corpo de Lunkes chegou à igreja em caminhão do Corpo de Bombeiros, o mesmo que o levou para o local do sepultamento.