Sentenciado a nove anos e seis meses de prisão pelo homicídio e ocultação de cadáver de Bernardo Uglione Boldrini, a serem cumpridos em regime semiaberto, Evandro Wirganovicz segue no fechado. Ele permanece recluso o dia inteiro no Presídio Estadual de Três Passos.
De acordo com a assessoria de comunicação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Evandro ainda não foi transferido porque a Justiça não expediu ofício determinando em qual estabelecimento penal ele deve cumprir a pena.
Ao divulgar a sentença dos quatro réus, em 15 de março, a juíza Sucilene Engler determinou que Evandro fosse encaminhado ao semiaberto. A decisão foi tomada porque ele já havia cumprido 1.771 dias de prisão.
Devido ao tempo de pena já cumprido, a defesa tenta fazer com que ele passe para o regime aberto.
Para o Ministério Público (MP), Evandro foi arregimentado pela irmã, Edelvânia Wirganovicz, condenada no mesmo processo. Para a Promotoria, ficou comprovado que ele contribuiu não só para a ocultação, como com o homicídio, ao cavar a cova em que seria depositado o corpo de Bernardo, no interior de Frederico Westphalen, antes de o crime acontecer.
Evandro foi sentenciado por homicídio simples, sem qualificadoras, o que permitiu que tivesse pena inferior a dos demais réus. Além dos irmãos, também foram sentenciados Leandro Boldrini, pai de Bernardo, e Graciele Ugulini, madrasta do menino. Esses dois últimos receberam as maiores penas.
Responsável pela defesa de Evandro, Luiz Geraldo Gomes dos Santos afirma que isso não impactou na rotina do preso, já que ele não está empregado e, por isso, continua recluso.
— Por enquanto nada mudou na vida dele. Ele recebeu autorização para sair quando tiver trabalho externo. Ele já tem tempo de pena cumprido para ir para o aberto. E é isso que estamos pleiteando no momento. Não há porquê prolongar a permanência dele no sistema prisional — diz.
A defesa de Evandro discorda da condenação e, por isso, ingressou com recurso para tentar conseguir a absolvição do preso. Evandro nega que tenha tido participação na morte ou na ocultação do corpo de Bernardo.
— Diante da total inexistência de provas que vinculassem ele com o homicídio ou mesmo com a ocultação, não concordamos com a condenação. Valeu-se do clamor social — argumenta.
Os promotores do caso também ingressaram com recurso, na tentativa de aumentar as penas dos réus.
As outras condenações
O pai do menino, Leandro Boldrini, foi condenado a 33 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Já a madrasta de Bernardo, Graciele Ugulini, foi condenada a 34 anos e sete meses de reclusão, em regime fechado. Edelvânia Wirganovicz foi sentenciada a 22 anos e dez meses, em regime fechado.