Um dos autores de um triplo homicídio ocorrido no dia 23 de setembro na zona norte de Porto Alegre foi preso no final da tarde desta terça-feira (1º) na praia da Barra, em Garopaba (SC). Michel Rean Bragé de Oliveira, 21 anos, o Bragé da Bonja, foi encaminhado ao sistema prisional catarinense e deve ser transferido ao Rio Grande do Sul em data ainda não definida. Ele é réu no processo em que é acusado de ser o mandante da morte da jovem Nicolle Brito Castilho da Silva, 20 anos, em junho de 2017, em Cachoeirinha, pelo qual teve a prisão preventiva decretada.
A morte da menina Alice foi um dos casos de polícia mais emblemáticos de 2018, e foi citada em reportagem de GaúchaZH entre as cinco investigações que ainda não haviam sido encerradas no ano que passou. O triplo homicídio ocorreu na rua Cacilda Yaconis Becker, no Rubem Berta. A menina Alice Beatriz, de um ano, foi morta com o pai, Douglas Araújo da Silva, 29 anos, e a da mãe, Sabrine Panes Rodrigues, 24 anos, em uma emboscada logo após a festa de aniversário da criança.
No ataque, os criminosos dispararam por mais de 50 vezes contra o veículo em que as vítimas estavam, utilizando-se de um fuzil calibre .556 e de pistolas 9mm. Douglas Araújo era foragido do sistema prisional, com envolvimento com o tráfico de drogas, e seria o alvo da emboscada.
A 3ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil gaúcha, já monitorava o suspeito e descobriu que ele passaria a virada do ano em Santa Catarina. Com o auxílio de policiais de Garopaba, no final da tarde passada, o suspeito foi preso na beira da praia. Ele estava com prisão preventiva decretada e não ofereceu resistência.
Conforme o delegado Cassiano Cabral, da 3ª DHPP, Bragé era o principal alvo da polícia e seria o responsável pelos tiros de fuzil .556. Ele tem antecedentes criminais por homicídio, tráfico de drogas, receptação e adulteração de sinal identificador.
Outros dois homens que participaram do crime já foram presos. Um quarto suspeito ainda é procurado. A ordem da execução partiu de dentro do Presídio Central e o mandante já foi identificado. O motivo do triplo assassinato seria uma desavença entre quadrilhas que disputam pontos de tráfico de drogas.
— O pai da menina estava jurado de morte. Ele fazia parte de uma facção criminosa rival à dos atiradores e andava com o documento do irmão. Inclusive, havia rompido a tornozeleira eletrônica e estava foragido — disse o delegado, ressaltando a parceria com a Polícia Civil de Garopaba.
Os presos relataram que não sabiam que a criança estava no carro.
Ouça a entrevista com o delegado Cassiano Cabral: