Diante dos inúmeros casos de violência envolvendo motoristas de aplicativos de transporte de passageiros no Rio Grande do Sul, a Polícia Civil determinou que a Divisão de Inteligência e Análise Criminal — vinculada ao Departamento de Polícia Metropolitana — acompanhe e intensifique as apurações dos crimes contra os profissionais em Porto Alegre e na Região Metropolitana. A medida foi anunciada após reunião ocorrida na tarde desta terça-feira (15) entre Polícia Civil, Ministério Público, Brigada Militar, empresas de aplicativos e motoristas que atuam no setor.
O encontro foi realizado após protesto ocorrido na última segunda-feira (14), em Porto Alegre, de profissionais que reivindicam mais segurança. De acordo com a Liga de Motoristas de Aplicativos, desde que o sistema começou a operar no Rio Grande do Sul, 19 profissionais foram mortos enquanto trabalhavam.
— O serviço de inteligência já havia sido ampliado com a presença de uma delegada. A investigação desses casos permanece com o delegado, na ponta, conforme o local onde acontece. A Divisão de Inteligência passa a acompanhar os crimes diariamente, com um olhar abrangente, fazendo contatos com as empresas de aplicativos, de maneira rápida, e buscando as informações necessárias para a investigação — disse a diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana Regina da Costa.
De acordo com a delegada, até o momento, não foram identificadas quadrilhas especializadas, e a maior parte dos crimes foi solucionada.
Uma nova reunião ficou marcada para ocorrer em 30 dias. Conforme a Polícia Civil, as empresas se comprometeram a apresentar mais informações sobre estudos que estão sendo desenvolvidos para melhorar a segurança dos motoristas e passageiros.
— Vamos aguardar o que eles nos apresentarão daqui a um mês. A principal prioridade para nós é um cadastro bem feito para identificar o passageiro. A gente gostaria que houvesse uma senha, por exemplo, para que o aplicativo fosse bloqueado quando o telefone do passageiro for roubado, já que em muitos casos os criminosos roubam o telefone e do aparelho roubado fazem a chamada — destacou o presidente da Liga dos Motoristas de Aplicativos, Joe Moraes.
Na madrugada de segunda-feira, um motorista de aplicativo de 22 anos foi baleado com cinco tiros durante uma corrida particular em Gravataí. O motorista teria sido baleado por um homem que já era seu cliente habitual e que teria telefonado direto para a vítima. Ele está internado em um hospital na Região Metropolitana.