Na próxima semana, o sequestro e o assassinato da menina Eduarda Herrera de Melo, 9 anos, completam três meses envoltos de muito mistério. Apesar de uma força-tarefa ter sido montada pela Polícia Civil, o crime ainda não tem autoria e muito menos motivação esclarecidas. A Delegacia da Criança Vítima do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) já investigou pelo menos 65 suspeitos e todos foram descartados.
A vítima desapareceu na tarde do dia 21 de outubro, no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. No dia seguinte, o corpo da menina foi encontrado às margens da RS-118, em Alvorada. Com a morte de Eduarda, a polícia começou a receber uma onda de denúncias de supostos sumiços de crianças na Região Metropolitana. Houve protestos em delegacias e queima de pneus.
O inquérito ultrapassa 700 páginas, mas está em segredo de Justiça e, por isso, muitos detalhes não são repassados a GaúchaZH. Ainda nesta semana, a delegada Andrea Magno, que saiu do Deca para o Departamento de Polícia Metropolitana, porém segue auxiliando na apuração, disse que algumas pistas foram verificadas. No entanto, sem sucesso em relação à autoria do delito.
Nos últimos 30 dias, foram realizadas mais de 60 diligências policiais (buscas, averiguações, pedidos de perícia) e 18 depoimentos de testemunhas e suspeitos.
— Neste último mês, seguimos trabalhando direto no caso, com prioridade. Apesar de seguirmos nesse ritmo, o número de denúncias sobre suspeitos diminuiu — relatou Andrea.
A delegada disse que nestes quase três meses de apuração, a polícia soma 65 denúncias, 58 depoimentos e 162 diligências. Além disso, foram analisadas imagens de câmeras de segurança e, inclusive, um retrato falado do suspeito foi feito. Mas, por enquanto, nenhuma informação concreta sobre autoria e motivação foi descoberta.
Andrea Magno afirma que a polícia não irá desistir do caso, principalmente porque não há previsão para conclusão do inquérito. Se for necessário, também será solicitado novo reforço para a investigação.