O Tribunal do Júri de Porto Alegre julga na manhã desta segunda-feira (19) o publicitário Ricardo Jardim, 59 anos, acusado de matar a própria mãe, Vilma Jardim, então com 76 anos, e concretar o corpo dentro do apartamento dela, no bairro Mont'Serrat, na zona leste da Capital, em 2015.
O crime, com roteiro típico de filme de suspense, ocorreu entre abril e maio de 2015. Inicialmente, foi registrado, na Polícia Civil, o desaparecimento de Vilma. Meses antes, em dezembro de 2014, o marido dela havia morrido e deixado duas apólices de seguro, que somavam aproximadamente R$ 400 mil.
Quando depôs acerca do sumiço da mãe, o publicitário afirmou que nada sabia e que costumava ir ao apartamento dela para regar plantas. As investigações, com base em afirmações de familiares, constataram no padrão de vida de Ricardo. Segundo a polícia, ele tinha salário inferior a R$ 2 mil e começou a aparecer com moto, equipamentos de informática e outros bens.
Em sua casa, teria sido encontrados, descartados no lixo, documentos com informações de Vilma e notas de compra de cimento-cola e de um armário. No apartamento da mãe do réu, a polícia descobriu em um dos cômodos um armário branco, cuja tampa havia sido concretada. Dentro, estava o corpo da idosa, em avançado estado de decomposição. Quando os agentes foram à casa de Ricardo, o encontraram armado e com o passaporte na mão.
O júri será realizado na 1ª Vara do Júri do Fórum Central, a partir das 9h30min, sob a presidência da juíza Karen de Souza Pinheiro. O réu é acusado de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse de arma de fogo.
Até a publicação desta reportagem, Renato Andrade Ferreira, que consta como advogado do réu no processo, não havia sido localizado.