O ex-ministro Antonio Palocci deixou na tarde desta quinta-feira (29) a prisão, na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba, o berço da Operação Lava-Jato. O ex-ministro da Fazenda e ex-ministro da Casa Civil dos governos petistas, que citou Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em sua delação premiada, passará na sede da Justiça Federal para ter instalado o equipamento de monitoramento judicial em seu tornozelo e voltar para casa. Dois anos e três meses depois de ser preso, condenado a nove anos e 10 dias de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, ele passará para o regime prisional semiaberto domiciliar, sob monitoramento.
Às 10h55min, o sistema eletrônico processual da 12.ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, responsável pela execução provisória da pena de Palocci, registrou o recebimento da ata da sessão de julgamento de ontem do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) — a segunda instância da Lava-Jato —, em que foram concedidos os benefícios ao ex-ministro previstos em sua delação premiada, fechada com a PF. O principal deles, o direito de deixar a cadeia, em Curitiba, onde estava encarcerado há dois anos e três meses.
Palocci foi levado na viatura da PF para o prédio da Justiça Federal, em Curitiba, pela última vez. A equipe policial deixou o delator com seus advogados para uma audiência com o juízo e para instalação da tornozeleira eletrônica. De lá, o ex-ministro seguirá por conta para São Paulo, onde reside.
Desde 26 de setembro de 2016 ele estava detido em Curitiba, alvo da fase da Lava Jato batizada de Operação Omertà. Em julho de 2017 o ex-juiz federal Sergio Moro condenou o ex-petista em uma primeira ação julgada contra ele a 12 anos e dois meses de reclusão.
A 8ª Turma do TRF4 julgou na quarta-feira (28) o recurso de Palocci e por maioria os desembargadores reduziram a pena do ex-ministro, reconheceram a efetividade da delação premiada fechada com a Polícia Federal e concederam o benefício da progressão de pena.
A defesa pediu que fossem concedidos a ele os benefícios de sua delação premiada, já homologada pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava-Jato.