Após dois dias de julgamento e mais de 24 horas de depoimentos e explanações, a juíza Cristiane Busatto Zardo decidiu dissolver o conselho de sentença e cancelar a sessão do Tribunal do Júri de três acusados de atacar um judeu, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 2005. De acordo com o TJRS, a magistrada explicou que os jurados sentiram-se impedidos de continuar com o julgamento, em função dos novos elementos trazidos a plenário com o aparecimento de uma testemunha que não estava prevista no rol inicial.
A decisão ocorreu após uma série de impasses e episódios atípicos que prejudicaram o andamento do júri. O primeiro dia já havia sido marcado por discussões entre promotores e advogados. Nesta sexta-feira (23) não foi diferente.
Estavam sendo julgados Israel Andriotti da Silva, Daniel Vieira Sperk e Marcelo Moraes Cecílio – os três por tentativa de homicídio com qualificadoras. O trio é acusado de tentar matar Rodrigo Fontella Matheus e agredir outros dois homens.
No início da noite, quando a defesa terminava sua explanação, uma pessoa apareceu de surpresa no plenário e se colocou à disposição para depor, o que foi aceito pelos jurados após questionamento da juíza. O homem chegou a ser réu no processo, mas não recebeu sentença de pronúncia para ir à júri.
Após o término da fala da testemunha, os advogados de defesa pediram para que um repórter e um cinegrafista também prestassem depoimento. Ocorreu um novo impasse e a sessão foi pausada por 1h30min, até a juíza decidir pela suspensão.
Desde a manhã de quinta-feira (22), duas vítimas, seis testemunhas de defesa e os três réus falaram. O júri estava se encaminhando para a parte final, com réplica e tréplica de acusação e defesa, para a pena ser definida, quando foi cancelado.
Com isso, uma nova data será marcada, com composição de um novo conselho de sentença e todos os depoimentos devem ser retomados.