A 1ª Delegacia de Homicídios solicitou à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) a lista de todos os seguranças que trabalhavam no campus por volta das 16h30min de quinta-feira (27), horário em que um homem foi morto a tiros nas proximidades do prédio 50. O objetivo, segundo o delegado Rodrigo Reis, é entender se houve a participação de algum deles e tentar colher o máximo de detalhes possíveis sobre o caso.
Além disso, a polícia conta com as imagens de câmeras de segurança da instituição para entender como a morte ocorreu. Até agora, os únicos vídeos cedidos à investigação não mostram o momento dos disparos. Com o material completo, a delegacia poderá montar a dinâmica dos fatos.
Diversos relatos de estudantes e pessoas que transitavam pelo campus são levados em consideração pelo delegado. Um deles é de que o homem morto, Rafael Giovane Silveira da Silva, 26 anos, foi rendido por dois homens antes de ser atingido. O número de participantes do crime ainda é uma questão a ser descoberta. O que a polícia tem certeza é que os disparos foram feitos por uma só pessoa, uma vez que teria sido usado um revólver.
— Trabalhamos com a hipótese de execução, que pode ter sido feita por outros criminosos desafetos dele, que pode ter sido eventualmente por alguém no contexto da universidade, como segurança, ou ainda a hipótese de legítima defesa por uma vítima que tenha sido roubada por ele — detalha Reis.
No corpo, havia quatro perfurações, mas a polícia não sabe quantos tiros de fato o acertaram, já que uma bala pode causar mais de um ferimento. As perfurações são no tórax, braço, pescoço e nuca. A vítima foi encontrada com os braços para trás e as mãos próximas, mas, de acordo com a análise preliminar do Instituto-Geral de Perícias (IGP), não havia indicativos de que Silva tenha sido algemado.
O homem costumava frequentar o campus para cometer crimes, segundo a polícia. Silva tem antecedentes por roubo e violência doméstica. De acordo com o delegado, ao lado do corpo, foi encontrado um cano de ferro, que possivelmente era usado para simular uma arma de fogo.
Reis também não descarta que o autor dos disparos possa se apresentar voluntariamente.
Procurada na manhã desta sexta-feira (28), a PUC voltou a dizer que está colaborando com a investigação. Além disso, a instituição afirma que investe com frequência em segurança e conta com "540 equipamentos que compõem um sistema integrado de monitoramento". Somente em 2018, 20 novas câmeras foram instaladas.
Confira a nota da PUC na íntegra:
Em relação à ocorrência na última quinta-feira, dia 27 de setembro, no Campus da Universidade, junto ao prédio 50, a PUCRS informa que segue colaborando com a investigação. A Instituição reforça seu compromisso com o bem-estar da comunidade e reitera que, na área de segurança, realiza um trabalho permanente e preventivo. Diariamente, cerca de 50 mil pessoas circulam pelo Campus. O investimento em melhorias na segurança é constante. Somente neste ano foram instaladas mais 20 novas câmeras nas dependências, totalizando 540 equipamentos que compõem um sistema integrado de monitoramento. Além disso, conta com 140 vigilantes próprios, que circulam com veículos durante 24 horas por dia. A equipe de vigilância recebe cursos de atualização de segurança e primeiros socorros, totalizando mais de 5 mil horas de treinamento anuais. Diante do ocorrido, a Universidade se compromete em continuar buscando permanentemente a qualificação da segurança no Campus.