A morte de Alice Beatriz Rodrigues, de um ano, atingida por um tiro no peito na noite de domingo (23), em Porto Alegre, eleva para 44 o número de crianças assassinadas na Região Metropolitana nos últimos cinco anos. Os dados, desde o início de 2013, integram o levantamento realizado pela editoria de Segurança do Diário Gaúcho e de Zero Hora. Os crimes foram registrados em 11 municípios. A maior parte aconteceu na Capital, que teve 20 vítimas com até 12 anos.
Em 18 crimes, as crianças foram atingidas por atiradores que tinham como alvo familiares ou outras pessoas próximas de onde elas estavam. Foi o caso de Kauã Machado Tavares Nieto, 10 anos, que jogava futebol perto de casa, no bairro Farrapos, em maio de 2016. Homens armados chegaram atirando com o objetivo de executar um jovem. Um disparo atingiu o menino no peito.
Em novembro de 2015, em caso semelhante ao que vitimou Alice, pai e filha foram mortos a tiros quando saíam de casa, em um Vectra, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Três homens teriam se aproximado a pé e fizeram os disparos contra o pai. A menina de dois anos foi baleada na cabeça.
Entre as crianças, pelo menos quatro foram vítimas de bala perdida. Uma delas foi Laura Machado Machado, de apenas sete anos, atingida por um tiro de fuzil 5.56 na madrugada de 17 de abril de 2016, no bairro Vila Nova, na zona sul da Capital. O tiro passou pela janela e acertou a menina na cabeça enquanto ela dormia no beliche. A criança estava ao lado do irmão, de 11 anos.
Assim como Alice, outras seis vítimas tinham somente até um ano. O ano de 2013 foi o que teve mais casos, com 13 vítimas. Além da Capital, as cidades que mais tiveram registros foram Alvorada e Novo Hamburgo, com cinco homicídios cada. Em Novo Hamburgo, outro caso envolvendo crianças, que segue um mistério, é o de um menino e uma menina encontrados esquartejados em setembro de 2017. Com parentesco pelo lado materno, as crianças tinham entre 8 e 12 anos. Até hoje não se sabe quem são as vítimas. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.