Durante a madrugada desta segunda-feira (7), a Polícia Civil finalizou uma investigação de três meses após prender três traficantes em uma casa no bairro Cascata, na zona sul de Porto Alegre. Os suspeitos integram uma facção criminosa que tem base na zona leste da cidade e eram responsáveis por guardar drogas e diversos materiais para o grupo. Tratam-se de um homem e duas mulheres. A identidade dos presos não foi divulgada pela polícia.
Com eles, foram apreendidas quatro armas de uso restrito das Forças Armadas (duas .40 e duas 9 milímetros), fardas do Exército Brasileiro e uma máquina de choque. A polícia também encontrou crack e cocaína em um fundo falso da residência. A droga estava escondida em sacolas plásticas embaixo de uma lajota que ficava solta. Embaixo da peça, havia um buraco revestido de cimento.
— Era um fundo falso que acabamos descobrindo depois de vistoriar todos os cômodos da residência que não era um ponto de venda de drogas, mas um depósito de armas e drogas — ressaltou o delegado Rafael Pereira, titular da 3ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc).
Além das armas, drogas e anotações, foram apreendidos celulares e um veículo. Mas o que surpreendeu os agentes foi o fato de que no local havia uma máquina de choque e cinco fardas do Exército. A máquina, de acordo com a polícia, seria usada para torturar clientes que não pagavam pelas drogas ou integrantes de quadrilhas rivais. Sobre as fardas, uma investigação paralela será realizada e a Polícia Civil deve comunicar o Exército para ajudar na apuração. Por enquanto, ainda não se sabe o motivo como as fardas eram utilizadas. Pereira acredita que seja para falsas blitz com o objetivo de roubar carros para capitalizar o tráfico ou então para simular algum ataque contra rivais.
Também foram localizados R$ 5 mil em notas de pequeno valor, principalmente de R$ 10 e de R$ 20, além de diversos blocos com telefones, endereços e pedidos para entrega de drogas. Segundo a polícia, são pontos de venda que solicitavam encomendas para os distribuidores.
A quantidade de crack e de cocaína apreendida era pequena. Os entorpecentes ainda não foram contabilizados. De acordo com Pereira, a facção criminosa não faz grandes estoques justamente para evitar prejuízos em caso de ataque de grupo rival ou de ação da polícia.
A ação foi chamada de Operação Esquadra. Segundo Pereira, o nome foi dado pelo fato de que os criminosos guardavam armas para a chamada "linha de frente" da quadrilha.