A defesa de Igor Rafael Schonberger, 24 anos, obteve na quarta-feira (25), decisão liminar permitindo que o jovem cumpra pena no regime semiaberto. Na semana passada, a juíza Larissa de Morais Moraes sentenciou o réu, em regime fechado, há sete anos e 11 meses por tentativa de homicídio com três qualificadoras (meio cruel, recurso que dificultou a defesa e tentativa de feminicídio). Ele foi condenado por colocar fogo na então namorada, Bárbara Hoelscher, 26 anos.
Anderson Roza, advogado de Schonberger, afirma que o jovem cumpre os requisitos para cumprir os sete anos e 11 meses no regime semiaberto.
— O regime fixado pela juíza estava equivocado pelo tamanho da pena —alegou a defesa.
A decisão liminar foi tomada pelo desembargador José Antônio Cidade Pitrez. Schonberger está detido no Presídio Central, em Porto Alegre, onde aguarda determinação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) para qual casa prisional deve ser transferido para seguir cumprindo a pena no semiaberto.
O caso aconteceu no dia 10 de novembro de 2016, na casa onde moravam, em Lindolfo Collor. Bárbara Hoelscher ficou 73 dias internada na UTI com 47% do corpo queimado.
— A ficha não caiu ainda, eu me sinto injustiçada. Tenho medo dele voltar e terminar o que começou — lamentou a vítima ao saber da decisão liminar.
A advogada de Bárbara e assistente de acusação do Ministério Público, Caterine Rosa, irá recorrer da decisão do desembargador.
O crime
Denunciado pelo Ministério Público, Schönberger foi preso preventivamente e recolhido ao Presídio Central em 23 de fevereiro de 2017 acusado de tentativa de homicídio quadruplamente qualificado (motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima, meio cruel e tentativa de feminicídio). Ele foi pego em uma operação da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) em um sítio na cidade de Imigrante, no Vale do Taquari, onde estava escondido há mais de 90 dias.
Em entrevista a GaúchaZH em 2017, Bárbara contou que, em 10 de novembro de 2016, os dois tiveram uma discussão por volta das 22h, quando foi surpreendida, depois de ser agredida fisicamente, por um jato de inseticida na sua boca. Em seguida, ele teria jogado água sanitária no seu corpo e colocado fogo. Igor admitiu apenas ter riscado um fósforo e ter jogado o palito aceso contra Bárbara. Os produtos químicos, garante o advogado do preso, ela própria teria jogado em seu corpo.
As chamas foram contidas debaixo do chuveiro, no momento anterior à correria para chegar ao hospital de Ivoti, de onde foi transferida ainda na madrugada para Novo Hamburgo.