Três homens estão sendo investigados pelo desaparecimento do empresário de Caxias do Sul Eleandro Aparecido Rodrigues Moraes, 40 anos, e dos pedreiros Nelson Jair Soares, 44, e Alexsandro do Amaral Correa, 23. Embora a Polícia Civil mantenha sigilo sobre o inquérito, a reportagem apurou que trio pode ser submetido a um detector de mentiras (polígrafo) na Delegacia de Polícia de Vacaria.
Os investigados serão apresentados à polícia pelos advogados Carlos Alberto Sandoval e César Eduardo Perottoni. Os três homens já prestaram depoimentos em outras ocasiões na delegacia e negam qualquer relação com o sumiço dos moradores de Caxias. Contudo, a investigação quer confirmar se a versão deles é verdadeira. Mesmo que um detector de mentiras não seja considerada prova num inquérito, o resultado pode ser usado como indício de culpa.
Uma das hipóteses é de que Eleandro, Nelson e Alexsandro tenham sido vítimas de algum crime. Eles estão sumidos oficialmente desde o dia 3 de abril, quando foram vistos pela última vez por um vizinho na localidade de Capela do Caravaggio, distante cerca de 60 quilômetros da área urbana de Vacaria. Supostamente, os empresário e os pedreiros haviam ido até a localidade, às margens do Rio Pelotas, para trabalhar na construção da casa de Eleandro.
Na moradia e no entorno da propriedade não havia sinal de violência. A polícia constatou que os três haviam feito uma última refeição antes do sumiço, pois foram deixados restos de comida sobre a mesa e um fogão. No início, imaginava-se que o empresário e os pedreiros teriam se afogado no Rio Pelotas, hipótese desconsiderada dias depois, já que nenhum corpo foi localizado após duas semanas de buscas.
A investigação avançou e se chegou aos três investigados. Se houve um crime, não está claro qual seria a motivação dos suspeitos. Apesar de aparentemente nada ter sido levado de Eleandro e dos pedreiros, a polícia não descarta até mesmo um possível latrocínio (roubo com morte). Nesse caso, o alvo seria o empresário.
— Vamos apresentar os nossos clientes na delegacia e, havendo a possibilidade, eles serão submetidos a um detector de mentiras. Ninguém é obrigado a produzir provas contra si próprio e que quem não deve, não teme — enfatiza o advogado dos investigados Carlos Alberto Sandoval.
O delegado responsável pelo inquérito, Anderson Silveira de Lima, afirma que não há de concreto até o momento sobre o caso.