Uma adolescente de 13 anos foi uma das 668 pessoas localizadas pela Polícia Civil na última segunda-feira (26), na Operação Regresso, que fez parte da Semana de Mobilização Nacional para Busca e Defesa da Criança Desaparecida.
O pai da menina diz que a filha era obrigada pela mãe a pedir dinheiro na rua e a ir comprar drogas em pontos de venda na zona leste de Porto Alegre. Este caso, ainda mais quando envolve adolescentes e adultos, é a maioria dos registros de desaparecidos no Estado.
Segundo a polícia, as pessoas saem de casa devido às drogas, doenças mentais ou para fugir de uma situação de maus tratos.
No caso desta adolescente localizada no mutirão realizado nesta semana, o pai conta que é aposentado e mesmo assim saía para trabalhar na rua, ficando até 12 horas fora de casa.
Enquanto isso, a esposa dele, que é dependente química, mandava os três filhos, todos com menos de 18 anos de idade, pedir dinheiro junto aos semáforos. Além disso, a adolescente era espancada e obrigada a comprar drogas em lugares perigosos.
— A menina não aguentou e fugiu. Mas agora, graças a Deus, ela está de volta. Já internei várias vezes a minha esposa, mas desta vez não deu mais e ela seguiu o rumo dela, que é ficar se drogando nas ruas. Não quero perder meus filhos para o vício, para as ruas ou para alguma instituição. Já estou pedindo a guarda de todos. Agora tenho que ser pai e mãe — diz o pai da adolescente localizada.
A polícia diz que não tem dados tabulados no momento sobre caso a caso, mas confirma que grande parte das 668 pessoas localizadas ontem já havia retornado para casa. Por isso, ressalta a importância de registrar sempre o desaparecimento e o mais rápido possível, mas diz também que é muito importante registrar quando a pessoa for localizada.
Estes casos são a maioria e são diferentes daqueles quando se tem um crime por trás. No próximo mutirão, a Polícia Civil pretende incluir no balanço o número de pessoas localizadas e de pessoas que retornaram ou que foram encontradas pela família.