A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (16), a operação nacional Zona Cinzenta, que faz parte da segunda etapa de outra ação iniciada em 2013 com a apreensão de carga de equipamentos médicos em Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. Desde então, os prejuízos aos cofres públicos seriam de pelo menos R$ 20 milhões. Um servidor da Receita Federal estaria envolvido no esquema.
Ao todo, 244 policiais cumpriram 61 mandados judiciais em 47 municípios de 19 Estados e ainda no Distrito Federal. No Rio Grande do Sul, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em São Leopoldo, no Vale do Sinos, e em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. A PF não divulgou detalhes sobre a ação no Estado. No entanto, o objetivo desta nova etapa da investigação foi apreender equipamentos médicos faturados ilegalmente, além de comprovar a materialidade da fraude. São investigados empresários e pessoas jurídicas do ramo de exportação e importação, revendedores, clínicas, hospitais, despachante aduaneiro, além de um doleiro responsável pelo repasse de recursos ilícitos ao grupo. Também é apontado como integrante do grupo criminoso um servidor da Receita Federal com lotação em Dionísio Cerqueira, que teria recebido valores ilícitos para facilitar ações da quadrilha.
A operação envolve os Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Alagoas, Bahia, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo e Sergipe, além do Distrito Federal.
Os crimes apontados são corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, contrabando, facilitação do contrabando e falsidade ideológica, cujas penas máximas, somadas, podem chegar a 23 anos de reclusão.