Um homem apaixonado pela família, bem-humorado, dedicado ao trabalho e educado. Assim amigos e colegas de trabalho definem Elton Martins Bangel, 52 anos, morto durante um assalto na manhã deste sábado (27) na Avenida Assis Brasil, na zona norte de Porto Alegre. Policial aposentado e professor de matemática, Bangel deixa a mãe, a mulher, dois filhos, um enteado, três irmãs e 15 sobrinhos.
Bangel ingressou na Polícia Civil no final da década de 1980 e se aposentou em 2017 para passar mais tempo com a família. Durante sua trajetória, trabalhou em diversos departamentos da corporação, como Deic, Departamento de Homicídios e Denarc. Os colegas o definiam como um profissional "tranquilo, prestativo, dedicado e experiente".
— Ele era o meu camarada, era um cara fora de série. Sempre muito correto, educado, prestativo, sabia muito de polícia. Sempre passava os conhecimentos que ele tinha para a gente, e quando não tinha uma informação, sabia onde buscar — define o inspetor de polícia Afonso Augusto.
Os dois foram colegas de 2011 a 2013, no setor de investigações da 6ª Delegacia de Homicídios, no Palácio da Polícia. No último ano em que trabalharam juntos, Bangel tornou-se chefe do departamento mas, conforme o inspetor, nada mudou.
— Ele não dava ordem, ele solicitava. Ele era um líder — resume.
Único filho homem, Bangel era o "porto-seguro da família". Morando em frente à casa da mãe, no bairro Bom Jesus, tomava café da manhã com ela diariamente.
— Todos os dias ele passava na casa da mãe para tomar café. Para a mãe, era o Eltinho. Ela sempre nos chamava pelo nome, mas ele era o bebê dela — recorda, com carinho, a irmã Rejane Martins, 56 anos.
Muito apegada ao irmão, Rejane lembra que, pela pouca diferença de idade, os dois se criaram como "gêmeos": tudo o que um fazia, o outro estava junto para acompanhar.
— Ele era muito amoroso, muito amigo, sempre muito família. Até depois de grande, nos chamava para tudo que ia fazer. Era um parceirão.
Mãe do filho mais velho de Bangel, a ex-mulher Fabiana o define como um pai exemplar:
— Ele sempre foi um excelente pai. Quando nos conhecemos, em 2001, eu tinha um filho pequeno que ele considerava como filho — conta a escrivã de polícia.
Bangel e Fabiana foram colegas de trabalho durante cerca de 12 anos. A escrivã destaca que ele adorava a profissão que exercia e que sempre foi muito querido por amigos e colegas. O policial era conhecido por nunca deixar um caso inacabado.
— Ele não tinha medo de nada, amava o trabalho dele, adorava poder investigar e trazer um pouco de conforto para as famílias que tinham filhos. Estava sempre bem-humorado, sempre disposto a ajudar todo mundo, era um excelente policial investigativo.
Formado em Matemática, Elton seguiu lecionando após sua aposentadoria e foi professor nos colégios Romano Senhor Bom Jesus e Romano Santa Marta, na Capital. No ambiente escolar, também era admirado.
— Ele era homenageado por seus alunos todos os anos — recorda Fabiana.
Em uma nota de pesar, divulgada no Facebook pela Rede Romano de Educação, a instituição escreveu que a comunidade escolar levará sempre em seus corações " o seu sorriso, sua alegria em ensinar e seu amor a vida!".
O velório de Elton Bangel ocorre na capela C do Cemitério Jardim da Paz, desde as 21h. O sepultamento aconteceu na manhã deste domingo (28), às 10h30min.