Após um tiroteio que suspendeu aulas e assustou a comunidade do bairro Mario Quintana, em Porto Alegre, no início da tarde de quarta-feira (6), professores da rede pública relataram nas redes sociais como lidaram com os alunos durante os tiros.
Em uma turma de alunos de seis e sete anos, que estão em processo de alfabetização, uma criança escreveu com giz no quadro negro aquela que seria a primeira frase escrita por ela: "Mãe, socoro (sic)".
A situação emocionou a professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Wenceslau Fontoura, que acompanhava a turma. Em um post no Facebook, a professora desabafou.
– Foi um soco! Que mundo é esse que a primeira frase de uma criança é um pedido de socorro? – lamenta.
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No mesmo relato, a professora conta que, por volta das 13h30min, as mães que recém tinham deixado os filhos na escola, invadiram a sala de aula procurando abrigo. Nesta sala, 20 crianças entre seis e sete anos se jogaram no chão e rastejaram para baixo de uma mesa.
Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Timbaúva, que fica próxima à Wenceslau Fontoura, uma foto com as crianças sentadas no chão do corredor também se espalhou pelas redes sociais.
No colégio, as aulas estão suspensas até segunda-feira, por causa da insegurança.
Conforme a Brigada Militar, ninguém se feriu no tiroteio, e a motivação seria a guerra do tráfico na região. Há duas semanas, cinco pessoas foram assassinadas em uma chacina nas proximidades das duas escolas.