A 2ª Vara Criminal de Tramandaí condenou nove pessoas à prisão por envolvimento com a quadrilha do traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi, assassinado em janeiro de 2015, no Litoral Gaúcho. Entre os condenados, está o comissário de polícia Nilson Aneli, ex-assessor do ex-secretário da Segurança Airton Michels.
Aneli foi condenado a 9 anos e seis meses de reclusão em regime fechado. Ele foi denunciado por organização criminosa e falsidade ideológica. Agravantes como ser funcionário público também contribuíram para o aumento da pena.
Na decisão, o juiz Emerson Silveira Mota cita que "o réu tinha plenas condições de entender o caráter ilícito de sua conduta, já que é de conhecimento público que integrar organização criminosa vinculada ao tráfico de drogas constitui crime grave".
Durante o andamento do processo, Aneli manteve a versão de que possuía uma relação trabalhista com uma empresa, para serviços de segurança, e que não tinha contato com o Xandi e não sabia de ligações dele com o tráfico de drogas. A reportagem tenta contato com o advogado do comissário.
Os outros oito réus foram condenados a penas que variam de oito a 10 anos de prisão. Todos estão presos e nenhum poderá recorrer em liberdade.
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Quem é Aneli
Aneli era lotado no gabinete do ex-secretário de Segurança do Estado Airton Michels. O comissário participava de um churrasco na casa do traficante, quando um grupo rival atacou o local. No primeiro momento, Aneli se apresentou à polícia e afirmou que chegou à casa após saber que um sobrinho estava lá e tinha sido baleado.
Mais tarde, foi apurado que ele estava lá no momento do tiroteio e que, inclusive, algumas armas pertenciam a ele. A corregedoria descobriu que ele trabalhava como segurança do traficante. Em entrevista à Zero Hora e à Rádio Gaúcha, o ex-secretário de Segurança afirmou que o comissário confessou fazer segurança do traficante.