Levantamento pedido pela Rádio Gaúcha por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) através da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) constatou que a média mensal de fugas de detentos do Regime Fechado nos presídios gaúchos em 2017 é a maior dos últimos dez anos.
Pelos dados, até o fim do mês de julho de 2017, escaparam mensalmente 14,7 detentos do sistema de prisões do Estado, totalizando 103 casos. No ano passado, a média mensal foi de 13,8 casos de fuga, num total de 166 ocorrências.
A reportagem também buscou obter dados sobre os presídios onde mais ocorrem fugas, porém as informações não foram repassadas por conta de um decreto estadual de 2012, que impede esse tipo de divulgação por questões estratégicas e de segurança.
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Na manhã desta segunda-feira (28), mais um caso de fuga foi constatado pelas autoridades. Um homem de 44 anos serrou grades e utilizou lençóis para pular muro e escapar do Presídio Estadual de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões.
A reportagem entrou em contato com a Susepe por telefone, mas até as 18h não havia obtido retorno.
"Não é surpresa", diz representante dos agentes penitenciários
Os elevados números de fuga não são considerados uma surpresa para a Amapergs Sindicato, entidade que representa agentes penitenciários do Estado. Conforme o presidente da entidade, Flávio Berneira, três fatores principais dão indícios de que há problemas graves no sistema carcerário gaúcho.
– Os presídios estão com as celas com a capacidade superada em muitas vezes. Além disso, não se tem investido na manutenção das estruturas. Também há deficiência de servidores – diz Berneira.