A Delegacia da Mulher vai pedir nova perícia no caso de uma jovem que teria sido vítima do golpe do "Boa noite Cinderela", no final do mês de junho, em Porto Alegre. Ela denunciou um promoter de festas, de 30 anos, que chegou a ficar preso por algumas horas.
O laudo do Instituto-Geral de Perícias mostra que as substâncias normalmente encontradas na composição do "Boa noite Cinderela" não foram identificadas no sangue da vítima. No entanto, outros três tipos de drogas, lícitas e ilícitas, foram identificadas.
– A gente precisa de uma perícia para identificar qual o efeito que essas três substâncias combinadas têm no organismo – explica a delegada Tatiana Bastos.
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O novo laudo também vai confrontar essas drogas com os medicamentos que foram apreendidos na casa do promoter, no dia da prisão.
A delegada Tatiana afirma que a vítima apresentava lesões, o que comprova o abuso sexual. Agora, o inquérito aguarda a conclusão do laudo para o indiciamento.
São três hipóteses: se confirmar que a vítima ingeriu algum dos medicamentos encontrados na casa do suspeito, o indiciamento será pelo estupro de vulnerável, com pena mais rigorosa (até 15 anos); a se confirmar a identificação de alguma substância diferente, o entendimento da delegada é pelo estupro mediante fraude (até seis anos).
Ou havendo a identificação do consumo de álcool, o suspeito será indiciado pelo crime de estupro (até 10 anos), devido ao fato de a vítima apresentar lesões.
Contraponto
O advogado Felipe Immich, que representa o investigado, afirma que os fatos não aconteceram e que, inicialmente, as substâncias encontradas no organismo da vítima não correspondem aos medicamentos apreendidos.