Após ser vítima de sequestro e passar 5h amordaçado e amarrado junto do assessor Ronaldo Bittencourt da Silva, o vereador de Porto Alegre Moisés Barboza (PSDB), conhecido como "Maluco do Bem", revelou momentos de pânico que passaram no local onde bandidos os mantiveram em cativeiro entre as 21h de quinta e as 2h desta sexta-feira (11). Depois do resgate, quatro suspeitos foram presos em flagrante na zona leste de Porto Alegre.
Segundo o parlamentar, a ação dos criminosos foi iniciada na esquina da Rua Barão do Cerro Largo, próximo à Avenida Padre Cacique, no bairro Menino Deus, quando saía da Câmara de Vereadores acompanhado do assessor.
– Quando o Ronaldo foi descer do carro para que eu seguisse dirigindo, os criminosos nos abordaram. Nos colocaram amordaçados e amarrados no mesmo porta-malas – disse o vereador.
Leia também
Após interrupção por insegurança, ônibus voltam a circular na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre
Quatro homens são mortos em confronto com a Brigada Militar em Porto Alegre
Vereador e assessor são resgatados após sequestro em Porto Alegre
Enquanto dois bandidos anunciavam o sequestro, outros dois veículos bloqueavam o carro do parlamentar. Após serem colocados no porta-malas do Sandero de Moisés Barboza, os criminosos fizeram saques nas contas correntes das vítimas, totalizando cerca de R$ 1 mil.
Moisés acredita que um alerta tenha sido disparado à Brigada Militar por um dispositivo que é acionado quando alguém erra a senha de seu celular, no momento em que criminosos tentaram desbloquear o aparelho.
Pelas frestas do porta-malas, o vereador percebeu que estava sendo levado para uma casa localizada na Estrada Antônio Borges, no bairro Lomba do Pinheiro, zona leste de Porto Alegre. Neste momento, ele e o assessor foram vendados e agredidos enquanto eram transportados para o interior do local.
– Enquanto estava encapuzado, ouvi diversas vezes vozes de crianças pequenas e de mulheres na casa que estava servindo de cativeiro. Eles nos ameaçavam de morte o tempo todo – lembrou o vereador.
De acordo com Barboza, os criminosos encontraram pastas e documentos que identificavam a Câmara de Vereadores.
– O medo aumentou. Achei que se descobrissem que eu sou vereador, a coisa poderia se agravar ainda mais – explicou.
No início da madruga desta sexta-feira, as vítimas foram levadas para um matagal próximo à casa. Ali, os criminosos amarram Moisés e Ronaldo de costas um para o outro.
– Disseram que iam nos matar. Tentei acalmá-los. Ronaldo estava muito assustado, ele veio há pouco tempo do interior. Em seguida, falaram que iriam me libertar, mas que matariam o Ronaldo, já que teria visto o rosto de um deles. Pediram pra eu contar até cem antes de eu tentar me libertar, mas falaram que eu teria dificuldades, já que teria um cadáver atrás de mim – disse o vereador.
Apesar das ameaças, as duas vítimas foram abandonadas no local, onde conseguiram se libertar das amarras e pedir ajuda em um condomínio na Rua Dolores Duran.
A Brigada Militar já monitorava a ação dos criminosos. Após ouvir o relato das vítimas, PMs do setor de inteligência identificaram o local do cativeiro, onde o veículo de Moisés foi recuperado. Além disso, cartões de crédito, celulares, tablets e uma aliança de casamento do vereador foram encontrados.