Os seis primeiros meses de 2017 foram de alento para os porto-alegrenses no que diz respeito à segurança pública. Conforme os indicadores criminais divulgados nesta quarta (2) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), no primeiro semestre de 2017, houve redução de 58,3% no número de latrocínios na Capital, na comparação com o mesmo período de 2016: foram 10 casos contra 24 do ano passado.
Foi registrada baixa também nos homicídios: este ano foram 325 e, no ano passado, 359, com índice de 9,47% de redução. Na soma dos dois indicadores, 48 vidas foram poupadas no primeiro semestre de um período para o outro.
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Nos dados do Estado, também houve queda significativa, de 26,5%, nos casos de assaltos com morte (veja os dados ao lado). Por outro lado, em todo o território gaúcho, os dados apontam aumento de 7,8% nas ocorrências de homicídios.
A primeira vista, essa elevação somada à redução registrada em Porto Alegre pode sugerir como migração desse tipo de crime. Principalmente, se for levado em conta que, em março, houve deslocamento de PMs lotados no Interior para a Capital.
– Se combate em Porto Alegre, o crime vai para o Litoral. Se combate no Litoral, o crime vai para o Vale do Sinos – alega o secretário da segurança pública.
O comando da Brigada Militar não faz essa relação direta, mas admite a necessidade de reforço no policiamento de outras cidades.
– Em março, a Operação Avante foi reforçada com 350 PMs do Interior com o objetivo principal de focar nos casos de homicídios e latrocínios na Região Metropolitana. Obtivemos êxito. Recentemente, ocorreu a formatura de mais de mil soldados, que estão possibilitando o retorno dos 350 às cidades de origem – explica do subcomandante, coronel Mario Ikeda.
Conforme o oficial, os novos PMs vão engrossar o efetivo em Porto Alegre, na Região Metropolitana, no Vale do Sinos, na Serra e no Litoral.
Para o chefe de Polícia, Emerson Wendt, a segurança pública segue no caminho correto e, em breve, bons resultados serão percebidos também no Interior. Em sua avaliação, as quedas registradas em Porto Alegre resultam, de parte da Polícia Civil, da qualificação nas investigações e da busca pelas prisões dos autores de homicídios.
– Houve aumento de 8% no índice de prisões no primeiro semestre. E constatamos que 80% dos presos por homicídios realmente ficaram presos – argumenta.
Partiu da Capital também o primeiro passo na iniciativa de afastar lideranças de facções criminosas e, com isso, inibir os crimes relacionados à guerra do tráfico. Entre fevereiro e março, dois líderes foram removidos para penitenciárias federais. Na última sexta, outros 27.
Roubos de carros se mantêm estáveis
O resultado, segundo Wendt, se tornou concreto a partir dos dois últimos meses do semestre. Entre maio e junho de 2017, foram registrados 63 homicídios na Capital. Nos mesmos meses de 2016, foram 103 casos: redução de 38,3%.
O número de roubos no Estado manteve-se estável, com um aumento de 2,04%. Nos roubos de veículos, a elevação foi de 3,1%.
– Conseguimos estabilizar o índice de roubos de veículos. Estamos focados na investigação de quadrilhas para reforçar a eficiência do trabalho de resolução dos crimes – diz Emerson Wendt.
O aumento a esse tipo de crime é uma das metas da SSP, conforme o secretário Cezar Schirmer.
– O maior desafio que temos é o roubo de veículos. Em Porto Alegre, conseguimos reduzir. A Operação Desmanche, muito focada em Porto Alegre, agora está indo pra o Interior – adianta Schirmer.
Entre os índices preocupantes, aparecem extorsão mediante sequestro, que segundo a SSP, ainda constam altas de 160% nos casos de extorsão mediante sequestro - foram 13 casos até junho deste ano.
Em Porto Alegre, essa redução foi ainda mais significativa, de 58,3%. A SSP registrou 10 casos de latrocínio contra 24 no mesmo período do ano passado.
Na Capital, o reforço no policiamento também se refletiu em redução no índice de homicídios no primeiro semestre. Conforme os registros da secretaria, houve redução de 9,47% nesse tipo de crime na cidade. Foram 325 homicídios, enquanto entre janeiro e junho de 2016, 359 pessoas foram vítimas de homicídios.
Em todo o Estado, no entanto, esta redução não aconteceu. Há alta de 7,8% nos homicídios. Foram mortas 1.419 pessoas em apenas seis meses deste ano em todo o Rio Grande do Sul.
Entre os índices a serem detalhados pela SSP nesta manhã, ainda constam altas de 160% nos casos de extorsão mediante sequestro – foram 13 casos até junho deste ano –, de 3,1% nos roubos de veículos e de 2,04% nos roubos em todo o Estado. Já os furtos de veículos tiveram queda de 13,3% em relação ao primeiro semestre do ano passado.