A Polícia Federal prendeu neste sábado, em Sorriso (MT), um dos maiores traficantes da América do Sul. Tendo condenações que já somam mais de 50 anos de prisão, Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, é considerado um barão das drogas, produtor e distribuidor de cocaína em atacado. Ele integrava a lista dos mais procurados pela PF e pela Interpol.
A prisão de Cabeça Branca foi o maior feito da Operação Spectrum, que contou com o cumprimento de 24 mandados, incluindo duas prisões preventivas, três conduções coercitivas e 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal de Curitiba. Além de Mato Grosso, as ordens foram executadas pela PF no Paraná (Londrina) e em São Paulo (Araraquara, Cotia, Embu das Artes e São Paulo).
A trajetória de Cabeça Branca faz lembrar a dos vilões dos filmes de narcotráfico. Mesmo condenado, ele vinha se mantendo invisível, com atuação discreta, o que o ajudou a escapar das autoridades por quase 30 anos. Ele passou por cirurgias plásticas no rosto para alterar as feições e adotou o nome Vitor Luiz de Moraes como identidade falsa. Tudo para se manter à solta, liderando seus negócios – o patrimônio dele é calculado em US$ 100 milhões.
Quando acreditou ter localizado Cabeça Branca, a PF acionou o setor de perícia, que comparou fotos recentes com os seus antigos traços faciais. Ao final, veio a confirmação de que aquele homem realmente era o procurado narcotraficante.
Os investigadores estimam que ele era responsável por introduzir cinco toneladas de cocaína por mês no Brasil, sendo que uma parcela do montante seguia para o Exterior, sobretudo Europa e Estados Unidos. Com tamanho volume de mercadoria, é um dos principais fornecedores de pó para as facções de São Paulo e do Rio.
Cabeça Branca controlava uma rede internacional de tráfico. Em áreas de selva da Bolívia, do Peru e da Colômbia, a sua quadrilha produzia a droga. Depois, levava até entrepostos no Brasil e no Paraguai.
A organização criminosa atuava com violência, contava com escoltas armadas, carros blindados, armas de grosso calibre e ações de contravigilância para evitar a aproximação policial.
Em parceria com a polícia do Paraguai, a PF também cumprirá mandados de busca e apreensão no país vizinho, onde Cabeça Branca é dono de diversas fazendas e mantém parte de suas operações. Somente neste sábado, foram sequestrados cerca de US$ 10 milhões em patrimônio.
Os alvos da operação responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização criminosa.