A Polícia Civil considera que esgotou todas as possibilidades de buscas à família desaparecida desde que viajou de Carazinho para se encontrar com um homem no município de Colorado, no Norte do Estado, no dia 24 de maio. O delegado Edinei Albarello acredita que as vítimas estejam mortas. As informações são da Rádio Gaúcha.
Desde o dia em que a polícia se mobilizou atrás de Márcia Cristina Johan, 50 anos, o marido Roberto Terres, 46 anos, e a filha do casal, Maria Elizabete Johan, 15 anos, diversas informações anônimas sobre a localização dos corpos chegaram, mas nenhuma se confirmou.
Já foram feitas buscas no Rio Jacuí, em um açude, em um matagal e até foi refeito o itinerário do local do crime até a casa da família. A polícia chegou a usar uma retroescavadeira em um terreno, porém novamente não obteve sucesso.
Leia mais
Polícia procura família desaparecida após viagem para comprar carro
Justiça decreta prisão de suspeito de ter desaparecido com família
Na tarde de terça-feira (14), o homem apontado como principal suspeito do crime foi preso pela polícia. Flávio Diefenthaler Martins, de 47 anos, tinha mandado de prisão preventiva em aberto pela investigação e portava uma arma, que será periciada para ver se é a mesma usada nos disparos na fazenda onde a família desapareceu.
– Está um mistério esse caso. Esperava que o homem preso ontem nos ajudasse a encontrar os corpos, mas ele só disse que é inocente e que só fala em juízo. Nossa esperança é que alguma nova denúncia chegue – lamenta o delegado.
A polícia quer saber quem são os outros envolvidos no crime. O delegado garante que o autor não teria conseguido fazer uma ação complexa sem o auxílio de outras pessoas.
A investigação acredita que o plano dos bandidos tenha dado errado. Para os agentes, o fato de a esposa e a filha terem ido juntas atrapalhou os criminosos.
– Eles não esperavam que o vizinho que viajou junto conseguisse fugir. A gente acredita que eles (assassinos) também tenham sido surpreendidos pela presença da esposa e da filha – comenta Albarello.
Inicialmente, a polícia desconfiou do vizinho que havia viajado com a polícia. Ele avisou a polícia somente no dia seguinte a emboscada, informando que no momento que chegaram no local marcado para a venda de um carro a família foi atacada a tiros. No entanto, os agentes consideram a versão dele plausível.
O delegado tem dez dias para concluir o inquérito. Ele afirma que segue buscando provas e novas testemunhas para elucidar o crime. A principal linha de investigação aponta para um acerto de contas do tráfico de drogas e que o alvo inicial era somente Terres.
Relembre o caso
No dia 24 de maio, a família saiu de Carazinho para supostamente comprar um carro em Colorado, distante cerca de 45 quilômetros. Foram no carro pai, mãe e filha, além de um vizinho, que retornaria dirigindo um dos veículos. Ao chegar no local, homens armados atacaram o carro da família, enquanto o vizinho conseguiu fugir.
O carro da família foi encontrado incendiado no município de Mormaço, próximo do local. Desde então, a polícia está mobilizada nas buscas aos corpos.