A delegacia de Furtos e Roubos de Cargas da Polícia Civil gaúcha prendeu na noite de sexta-feira mais um suspeito de envolvimento no roubo de uma carga de celulares do depósito da empresa aérea Latam, na zona norte da Capital, ocorrido em cinco de junho. O homem, de 36 anos, estava numa loja em Canoas e carregava um revólver e um dos aparelhos celulares roubados na ocasião. Ele foi preso em flagrante por posse de arma de fogo e receptação. A polícia investiga se o preso participou do assalto ou apenas adquiriu o celular com os bandidos. A identidade dele não foi divulgada pela polícia.
Pelo menos 12 assaltantes usando máscaras e armados com pistolas renderam vigias e levaram uma carga de 2,7 mil celulares da marca Samsung, avaliados em R$ 2,8 milhões, no início do mês. Os produtos deveriam ser distribuídos a lojas na Região Metropolitana. Cerca de 70 aparelhos já foram recuperados.
As primeiras prisões aconteceram dois dias após o crime. Num primeiro momento, dois homens foram presos em diferentes ações da Delegacia de Furtos e Roubos de Cargas. É que os policiais identificaram um motorista que trafegava em Gravataí com uma Kombi roubada e com placas clonadas. Os agentes decidiram segui-lo até sua residência, em Alvorada, onde foram encontrados 50 celulares. O homem foi preso por receptação.
No mesmo dia, os policiais civis identificaram em Gravataí a casa onde teria sido feita a partilha do material roubado entre os criminosos. Na residência foram encontrados mais dois smartphones, e o proprietário do imóvel também foi preso.
Um dia depois, outros três suspeitos foram presos. Os criminosos foram abordados enquanto vendiam celulares em frente ao Hipermercado Big, em Alvorada. Ao chegar na casa de um destes indivíduos, no bairro Rubem Berta, foi encontrado um veículo Voayge branco roubado. Com eles, também foram encontrados 15 aparelhos celulares roubados do depósito. Na sequência, dia 8, duas mulheres foram presas, portando telefones roubados do depósito da Latam.
– A esposa de um destes suspeitos confirmou que ambos participaram do crime e que estavam vendendo os celulares – explica o delegado Alexandre Fleck, da delegacia de Furtos e Roubos de Cargas.
Quase todos os suspeitos presos têm antecedentes policiais ou judiciais. Inclusive um deles foi indiciado por assalto a banco. Apenas as duas mulheres não têm indiciamento criminal, mas são companheiras de presos do sistema penitenciário.
A participação no roubo de facções criminais dos presídios, aliás, é uma das fortes linhas de investigação da Polícia Civil. A hipótese é que parte dos celulares fosse partilhada entre presidiários, que lucram muito com o comércio desses aparelhos atrás das grades. Outra quantia seria destinada a receptadores, para que os revendam em lojas afilhadas da facção ou então via internet, em sites especializados.
Os policiais consideram que já obtiveram algum sucesso, com a prisão dos oito, mas ainda não chegaram nos autores intelectuais do roubo, feito sob encomenda.
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