Um cartaz sinalizando luto no portão da Escola Municipal Monteiro Lobato, no bairro São Geraldo, em Gravataí, representava o clima entre os moradores da região na manhã desta sexta-feira (2). A poucos metros do portão da escola, na Rua 25 de Fevereiro, o menino Helyadson Mateus Santos da Silva, 11 anos, que cursava o quarto ano do Ensino Fundamental, foi atingido a tiros em um bar na noite de quinta enquanto jogava videogame no local. Ele chegou a ser socorrido ao Hospital Dom João Becker, mas teve a morte confirmada no começo da manhã.
– Era um menino muito carinhoso, que foi praticamente adotado pela escola. Ele não era só um aluno nosso. Ele era alguém realmente da escola, porque passava o dia inteiro aqui. Como a família é humilde, ele recebia materiais dos professores e seguidamente o ajudávamos – conta a diretora da escola, Nádia Sarmento.
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Helyadson era o mais velho de seis irmãos. Segundo familiares, ele sonhava em um dia ser jogador de futebol.
– Um guri bom, educado, nunca brigou com ninguém – diz uma vizinha que prefere não ser identificada.
Conforme os amigos, era um hábito dele e de outras crianças da vizinhança jogar naquele bar. Na quinta, pouco depois das 22h, criminosos em dois carros teriam chegado atirando na Rua 25 de Fevereiro. Segundo a polícia, o grupo que seria o alvo dos disparos correu para o bar na tentativa de se refugiar.
Daniel Muller Mendes, 23 anos, morreu no local. Outros dois homens ficaram feridos e foram socorridos. Daniel também foi estudante da Monteiro Lobato, e sua morte também foi lamentada.
– Ele nunca perdeu o vínculo conosco. Vendia doces na vizinhança para ajudar os pais – diz a diretora.
De acordo com a polícia, Daniel tinha antecedentes por posse de drogas. O caso é apurado pela Delegacia de Homicídios de Gravataí. Até o final da manhã desta sexta, a principal suspeita é de que o ataque tenha relação com o tráfico de drogas.