O assassino confesso de Aline de Oliveira Ribeiro, 15 anos, disse aos policiais que cometeu o crime por acreditar que a adolescente estava grávida dele. O corpo da jovem foi encontrado na terça-feira (27), seis meses após o desaparecimento, em Mampituba, no Litoral Norte.
Em um tom considerado frio pelos investigadores, o agricultor Joel da Silva Rikunenko, 30 anos, afirmou que mantinha relações constantes com Aline – de quem era cunhado. O homem alega que foi ameaçado pela adolescente no dia do crime.
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A versão apresentada por Rikunenko é de que a adolescente contaria aos pais sobre a suposta relação, o que atrapalharia os planos do agricultor de se casar com uma das irmãs da vítima. Ele também afirmou aos policiais que estava sob efeito de cocaína quando assassinou e depois escondeu o corpo de Aline em uma cova rasa, próximo ao local onde ela morava.
À polícia, o homem deu detalhes de como cometeu o crime. Afirmou que chegou na casa onde a menina estava sozinha, no momento em que os pais estavam trabalhando no campo, e começou uma discussão. Rikunenko, então, admite ter estrangulado a vítima.
– Ele confessou sem arrependimento esse crime que, para nós, é cruel e bárbaro. É muito diferente dos que costumamos investigar, que são ligados ao tráfico de drogas – afirma o delegado Celso Jaeger.
O agricultor admitiu, ainda, que, após o crime, criou um perfil falso em uma rede social e mandou uma mensagem para a mãe de Aline. O texto, curto, dizia que ela estava bem e que havia fugido por conta própria. Segundo o assassino, o objetivo era "amenizar a dor da mãe".
Confissão do crime
Após mais de seis meses investigando o caso, os policiais obtiveram a confissão do homem na terça-feira. A investigação já desconfiava dele, devido a informações desencontradas.
Rikunenko disse ter visto a menina e garantiu que ela saiu de casa com uma mala, um celular e dinheiro, alegando que iria para Porto Alegre. Além disso, o agricultor terminou o relacionamento com a irmã mais velha da vítima dois meses após o sumiço de Aline e se mudou para Santa Catarina.
Depois de confessar o crime, o homem levou os policiais até o local onde enterrou o corpo. A localização da ossada terminou com a esperança da família, que ainda acreditava que a adolescente estava viva.
– Não podemos fazer nada, não adianta. Mas acho que a cadeia é pouco para ele. Temos que esperar pela Justiça – comenta o irmão e também padrinho de Aline, o marmorista Ronaldo Sander Ribeiro.
Para ele, não havia relação alguma entre a irmã e o assassino confesso. A hipótese do irmão é de que o agricultor tenha tentado abusar da jovem, que teria reagido.
– Minha irmã era muito braba, geniosa. Ela não aceitaria que fizessem algo com ela – conta.
Próximos passos da investigação
O delegado pretende, ainda hoje, ouvir novamente todos os familiares de Aline. Jaeger quer finalizar o inquérito sem a dúvida de que Rikunenko é o único autor do crime.
Após confessar o crime, o preso foi levado para a delegacia, onde foi detido por homicídio qualificado com ocultação de cadáver. A prisão preventiva dele foi expedida pelo Poder Judiciário. Durante a madrugada, ele foi levado para a Penitenciária Modulada Estadual de Osório.