Cinquenta e dois municípios do interior do Estado receberão reforço policial até o fim do próximo mês, em uma medida que tem como meta garantir a permanência de pelo menos três brigadianos em todas as cidades gaúchas.
Para que isso seja possível, a Brigada Militar elencou os municípios que necessitam de efetivo e pediu que os PMs manifestassem interesse de transferência. As realocações chegaram a ser anunciadas para abril, mas, conforme o subcomandante-geral da BM, coronel Mario Ikeda, não houve tempo hábil para a conclusão do remanejo.
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Para o oficial, o implemento de efetivo nos municípios mais vulneráveis não vai desguarnecer cidades populosas, principalmente porque o número de policiais deslocados "não é expressivo" e, também, pela previsão de ingresso de 1.060 PMs em julho. Segundo Ikeda, nem mesmo as 713 aposentadorias solicitadas desde o início do ano até dia 15 deste mês irão ofuscar a operação.
– Há uma turma em fase final de treinamento que se forma em julho. No mesmo mês, 421 novos policiais militares começarão o curso. Assim, a gente vai conseguir suprir a demanda – explicou o coronel, prevendo que até 2018, o número mínimo de policiais seja elevado para cinco por município.
As cidades beneficiadas não foram divulgadas por medida de segurança, mas, muitas delas, terão de manter o sistema de Patrulha Intermunicipal (Patrin). No Interior, para tentar suprir a falta de PMs em pequenas comunidades, a BM criou esse tipo de patrulha, que é a união de policiais lotados em municípios vizinhos, formando equipes para dar segurança às cidades envolvidas. Inicialmente, a parceria limitava-se a municípios distantes até 25 quilômetros e com até cinco policiais. Porém, no início do ano, a responsabilidade de gerir as patrulhas foi transferida aos Comandos Regionais de Policiamento Ostensivo (CRPOs).
– Deixamos essa administração a cargo de cada região, que conhece melhor as características dos batalhões _ explicou Ikeda, reconhecendo que três policiais não conseguirão manter os batalhões em funcionamento durante 24 horas.
– O que acontece nessas cidades menores é que os policiais cumprem as suas jornadas e, quando vão para casa, acabam sendo chamados quando há necessidade. As patrulhas complementam esse policiamento – acrescentou.
O planejamento foi aprovado pelo secretário da Segurança Pública, Cezar Schirmer.
– Os municípios do Interior, em especial os pequenos, necessitam de uma atenção diferenciada – salientou o secretário.
O governo do Estado autorizou, ainda, o retorno de 500 PMs com até cinco anos na reserva para atuação, prioritariamente, nas patrulhas escolares (com foco no tráfico de drogas) e nas atividades de videomonitoramento. Também foi solicitado ao governo do Estado, a inclusão de PMs temporários, vindos das Forças Armadas. Eles deverão ser empregados na guarda externa de presídios, liberando os brigadianos desta função até o fim do ano.