Uma das estratégias que a Polícia Civil vai usar para encontrar os bandidos que roubaram um helicóptero neste fim de semana será buscar por membros de facções criminosas que estão treinados para pilotagem. Alguns nomes e informações já foram repassados aos investigadores, que terão como trabalho checar os dados.
Chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, o delegado Emerson Wendt afirma que o criminoso pode ser alguém regularmente inscrito e ter licença de voo, ou ainda uma pessoa que tenha conhecimentos básicos. O questionamento ao piloto da empresa sobre como dar o “start” da aeronave também levanta dúvidas.
– Vamos verificar quem tem a capacidade e esteja oficialmente treinado para ver se através dele conseguimos mais informações de possíveis pilotos que possam realizar essa ousadia, sem necessariamente ter um brevê para isso. Não descartamos nem que seja um piloto que tenha feito curso, nem de uma pessoa que tenha feito o curso, mas tenha parado sem concluir –, relatou o chefe de polícia.
As denúncias a partir da foto do contratante do helicóptero também fazem parte do trabalho da polícia para chegar até os criminosos. Denúncias, inclusive, já chegaram à Polícia Civil.
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A outra frente da investigação se dá através do trabalho do Instituto Geral de Perícias (IGP), que analisou neste domingo o helicóptero. O laudo que aponta as digitais encontradas é um dos mais esperados, já que pode levar ao nome de um dos envolvidos. Estes documentos ainda não chegaram aos investigadores.
A principal hipótese trabalhada pela Polícia Civil é de que o objetivo era resgatar criminosos do complexo de presídios de Charqueadas. Por ar, o sítio onde estava a aeronave, em Triunfo, fica distante próximo de 10 minutos das cadeias. Além disso, no helicóptero, a perícia encontrou cordas e uma chapa metálica. As portas foram retiradas à força pelos bandidos.
– É o que indica a proximidade do local. Estamos aí em 36 horas de investigações. Observações ainda podem ser prematuras e não descartamos nenhuma possibilidade –, comenta Wendt.
O piloto, que partiu de Canela, na Serra, acreditando que participaria de uma surpresa para pais do contratante, foi trancado no banheiro enquanto um dos bandidos sobrevoava a área do sítio. Depois, foi levado de carro até a Vila Dique, na zona norte de Porto Alegre, onde foi abandonado.Detalhes da investigação são mantidos em sigilo pela polícia, que acredita ter avanços importantes nos próximos dias. Um dos aspectos ainda a ser desvendados é o motivo de os bandidos terem desistidos da ofensiva.
A empresa Tri Táxi Aereo, que teve a aeronave roubada, não quis falar com a reportagem. Em nota, a companhia diz que “o episódio servirá apenas de combustível para continuarmos a atender com o mais alto padrão de segurança e qualidade”.