Casado há duas décadas e pai de três filhos, Rogério Reolon Martins trabalhava há aproximadamente 30 anos como taxista. Na década de 1980, serviu ao policiamento da Capital no 11ª Batalhão de Polícia Militar (BPM), serviço que abandonou para se tornar operador de rádio-táxi e, depois, taxista. Aos 52 anos, morava no bairro Sumaré, em Alvorada, com a esposa e os filhos.
– O que mais importava para ele era a mulher e os filhos. Gostava de trabalhar no táxi. Era extrovertido, vivia contando piadas, aquele tipo de pessoa que tem muitos amigos – comenta o irmão Sérgio Renato Reolon Martins.
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A taxista Faiola Gamboa, 33 anos, trabalhou com Rogério quando ele era operador de rádio-táxi e cruzava com ele nas ruas depois que ele passou a dirigir. Emocionada, elogiou as posturas profissional e pessoal do amigo.
– Tiraram o braço forte da família. Não havia o que reclamar dele, estava sempre alegre. Chamava todo mundo de joia ou joinha. Foi maldade o que fizeram – diz.
Conforme o delegado Juliano Ferreira, da 19ª Delegacia de Polícia, dois homens, aparentemente jovens, entraram no táxi no ponto próximo ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul, o Postão da Vila Cruzeiro, pouco às 19h23min de 29 de março. O trajeto até o local onde o taxista foi esfaqueado, na Estrada Antônio Borges, bairro Belém Velho, durou cerca de 20 minutos.
Um casal que caminhava pela via achou estranho o Siena estar parado com o farol ligado. Um deles se aproximou e percebeu que o motorista estava desacordado e ferido a facadas. Foram pelo menos sete golpes – três no pescoço e quatro no abdômen. Socorrido ao Hospital de Pronto Socorro, morreu no fim da tarde de domingo depois de 12 dias internado na UTI. No carro foram encontrados três celulares da vítima e uma faca de serra. O delegado trabalha com a hipótese de latrocínio, já que a carteira de Rogério foi roubada.
– O taxista não tinha nenhum antecedente. Familiares ouvidos pela investigação não apontaram nenhum possível motivo para uma execução. Além disso, o perfil da vítima reforça essa possibilidade de roubo – afirma Ferreira.
Para o delegado, os autores do crime são moradores da região, pessoas que conhecem a área. Imagens de câmeras de vigilância devem ajudar na identificação dos criminosos.