Leonel Lucas, presidente da maior entidade sindical da Brigada Militar (a Associação Beneficente Antonio Mendes Filho, Abamf, que congrega servidores de nível médio), está ameaçado de morte. Isso foi confirmado a Zero Hora por ele e também por dois oficiais graduados da BM, um deles ligado ao comando. Recados de que a execução de Lucas foi tramada foram recebidos pelo serviço reservado da corporação. O atentado aconteceria no fim de semana.
A suposta motivação seria a suspeita, por parte de uma facção criminosa, de que Lucas teria avisado policiais sobre a existência do túnel que foi construído para dar fuga a centenas de criminosos enclausurados no Presídio Central de Porto Alegre. O presidente da Abamfnega qualquer envolvimento na informação que abortou a escapada dos presidiários, mas a organização criminosa teria premeditado mesmo assim o assassinato dele.
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– Não tem qualquer fundamento essa história de que eu sabia do túnel. Sempre morei nas proximidades de onde há conflitos com criminosos (inclusive duas facções diferentes) e nunca me envolvi. Sou dedicado às melhores condições aos brigadianos, essa é minha causa – disse ele, em entrevista exclusiva a Zero Hora.
Após ser avisado das ameaças, Lucas está sob proteção policial. Nas redes sociais, foi divulgado um áudio em que ele, emocionado, refuta qualquer envolvimento na dica sobre a localização do túnel, escavado na zona leste de Porto Alegre.
– Eu tô num local não sabido aí, enquanto a Brigada tenta checar o que houve. A coisa é séria. Peço que orem por mim e meus familiares – diz Lucas, no áudio, cuja autenticidade foi confirmada a ZH por ele e por oficiais da BM.
A Polícia Civil diz que não recebeu informações sobre a ameaça. A BM investiga a situação, para averiguar se a razão das ameaças é mesmo a questão do túnel.
Lucas, que também preside uma entidade nacional de nível médio das PMs, diz estranhar as ameaças e prefere não se alongar nos comentários. Mas afirma confiar que o caso será esclarecido pelas polícias.