Agentes da Delegacia do Meio Ambiente, vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), deflagraram, na manhã desta sexta-feira, uma operação policial para combater maus tratos a animais em rinhas de galo no Vale do Sinos. Foram presas três pessoas e 180 galos, alguns deles feridos, foram recolhidos.
A operação cumpriu 14 mandados judiciais de busca e apreensão – um para cada local mapeado como ponto de rinhas e galinheiros, distribuídos em Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Portão.
Durante a ação denominada Fim de Rinha, foram apreendidas biqueiras, esporas metálicas, anabolizantes, seringas, anotações sobre rinhas, duas armas, munição e R$ 950. Além das prisões, outras pessoas foram levadas à delegacia suspeitas de envolvimento na prática criminosa para prestar depoimento. Todos assinarão termo circunstanciado pelo crime de maus tratos contra animais, com multa e pena de detenção de três meses a um ano.
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A delegada Marina Goltz diz que a investigação começou, há oito meses, quando ela apurava furto de aves do zoológico de Sapucaia do Sul. Em algumas buscas feitas, foram localizadas rinhas de galo. A partir disso, 14 pontos de lutas e de criação foram mapeados.
Em novembro, um homem de Gravataí, responsável por vender animais para a prática criminosa e por tratar animais feridos, foi autuado pela Delegacia do Meio Ambiente. Depois disso, foi apurado que um traficante de Sapucaia do Sul também estava financiando as lutas entre as aves.
– Estas pessoas submetem os animais a uma grande crueldade, tanto na briga de galo em si, como também na sua criação, pois a ave passa por enorme estresse em seu treinamento e recebe grande carga de anabolizantes. Sem contar o local onde fica, que são pequenas gaiolas, onde mal podem se mexer – afirma a delegada Marina.
Operação Fim de Rinha
Os alvos da operação são criadores e os chamados "rinhadores". Um dos criadores, por exemplo, chegou a ter em novembro cerca de 150 galos. No entanto, a polícia identificou que em uma rinha, dependendo do anúncio do evento e do tamanho do local, chegam a se reunir cerca de 50 apostadores.
A delegada Marina Goltz diz que, ao contrário de antigamente, o objetivo não é a morte dos animais nas lutas devido ao valor deles no mercado informal – a polícia comprovou que alguns galos são vendidos pelos criadores para os rinhadores por até R$ 3 mil. No entanto, as aves ficam muito feridas nos combates, sendo que algumas acabam morrendo dependendo dos ferimentos.
Em média, também dependendo do evento e do local das rinhas, as apostas custam entre R$ 200 e R$ 300.