Os soldados Diego Martins Pereira e Hilton Roberto Barbosa Ferreira, da Brigada Militar (BM), autuados em flagrante há pouco mais de um mês durante uma ação do Ministério Público (MP), em conjunto com a Corregedoria da Brigada Militar, seguem presos preventivamente por ordem da Justiça. Eles atuavam no 21º BPM, no bairro Restinga, na zona sul de Porto Alegre, e estão entre os investigados por manterem relações com uma quadrilha de traficantes do bairro, também suspeitos de cometerem assaltos na zona sul da Capital.
A investigação ainda é mantida sob sigilo pelo MP. Nos documentos já analisados pela Justiça, porém, há indícios de que os PMs agiam no desvio e na venda de armas e munições para criminosos. Na decisão que negou o pedido de liberdade a Diego Martins Pereira, publicada uma semana atrás, a juíza Camila Madeira, da 1ª Vara Criminal do Foro da Restinga, reforça: "As apurações feitas na investigação citada fazem com que a situação específica de Diego seja diversa de outros investigados, ainda que também presos em flagrante por guarda e/ou porte de munição ou armas".
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O soldado foi preso em flagrante, no dia 7 de fevereiro, com sete carregadores de pistola .40, 13 estojos calibre 38, 17 cartuchos calibre 38, 94 cartuchos e um estojo calibre .40, três cartuchos calibre 20, além de um estojo do mesmo calibre. Com ele, foi recolhida ainda uma espingarda com numeração raspada.
A negativa de liberdade ao soldado Hilton Ferreira seguiu a mesma justificativa. No dia da operação, ele foi autuado em flagrante com 19 envelopes de maconha e uma balança de precisão.
Naquela ação, um sargento do mesmo batalhão também foi preso em flagrante com porções de drogas e algumas munições. Ele teve a liberdade provisória concedida. Juntamente com outros dois soldados ainda sob investigação, ele está afastado das funções de policiamento no batalhão desde o final de fevereiro, como medida preventiva determinada pelo Comando da Brigada Militar.
Contrapontos:
Carlos Augusto Gallicchio, advogado do soldado Diego Martins Pereira:
Ainda não tive acesso aos elementos da investigação, tudo está baseado em indícios até então. Tenho o entendimento de que o armamento encontrado com o soldado não é de uso restrito. Ele é primário, tem residência fixa e é funcionário público. Penso que poderia ser aplicada outra medida cautelar, que não a prisão preventiva.
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Mariana Furlan
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