Após o fracasso nas negociações com policiais militares do Espírito Santo, o governo capixaba decidiu endurecer com os PMs e com as mulheres líderes do motim. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta, que é um motim realizado por PMs armados.
A pena prevista para os policiais envolvidos pode chegar a 20 anos de prisão. As mulheres líderes do movimento também serão responsabilizadas pelos custos com a mobilização das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança.
– Está iniciado o processo de responsabilização, tanto no aspecto militar quanto criminal – declarou André Garcia, secretário estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira.
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Ele estava acompanhado dos comandantes da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, da Polícia Civil, Guilherme Daré, e de outras autoridades.
Rodrigues disse que "com certeza" o número de PMs indiciados "irá aumentar muito" ao longo do dia. Ele ressaltou que a maioria dos envolvidos são policiais de início de carreira. A patente mais alta já identificada é de subtenente. O coronel explicou ainda que todo crime que envolve policial militar e que é punido com mais de dois anos de prisão é automaticamente expulso da corporação.
– Criamos uma força tarefa na corregedoria para dar celeridade, com isenção e sem perseguição, nos procedimentos. Quem for indiciado daqui pra frente, ou for iniciado um processo administrativo, terá seu ponto cortado desde sábado. Do sábado pra frente, a folha da Polícia Militar está bloqueada – declarou André Garcia.
Os PMs também não terão férias no momento.
– Estão suspensas as férias porque estamos diante de um quadro configurado como crime, motim."
O secretário falou em reconstruir a PM.
– É preciso que a gente reconstrua uma nova Polícia Militar. Vai ser pedra sobre pedra. Vamos reconstruir uma polícia que não volte suas costas para a sociedade. Torna a sociedade refém da criminalidade, tendo como pano de fundo interesses meramente corporativos.
André Garcia também afirmou que as mulheres líderes do movimento serão responsabilizadas.
– Estamos identificando com imagens, e diversas já foram identificadas. As imagens serão encaminhadas para o Ministério Público Federal, que solicitou a identificação das responsáveis por esse movimento. Elas serão responsabilizadas pelos custos das Forças federais mobilizadas, as Forças Armadas e a Força Nacional de Segurança.