A Corregedoria da Brigada Militar instaurou na manhã desta quarta-feira cinco Procedimentos Administrativos Disciplinares contra os PMs suspeitos de tráfico de drogas na zona sul de Porto Alegre. É o resultado de uma operação foi realizada na terça-feira, em conjunto entre o Ministério Público e a Corregedoria, que resultou em cinco policiais militares lotados no 21º BPM, com atuação no bairro Restinga, detidos. Três deles foram autuados em flagrante. Outros dois acabaram liberados por falta de provas.
De acordo com o corregedor-geral da BM, tenente-coronel Régis Rocha da Rosa, os três PMs autuados em flagrante seguem presos no Presídio Policial Militar, junto ao Batalhão de Operações Especiais (BOE), já os casos dos outros dois policiais serão analisados hoje.
– Vamos avaliar criteriosamente se a conduta deles permite que ainda tenham capacidade de atuar no policiamento. A autoridade policial não os autuou em flagrante, mas fez os registros por posse de munições sem procedência – aponta o corregedor.
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Até a tarde desta quarta-feira a comandante do 21º BPM, tenente-coronel Najara Santos da Silva, ainda não tinha um posicionamento sobre a liberação ou não destes policiais para seguirem no patrulhamento.
Como a investigação ocorre em segredo de justiça, o oficial não revela quem são os envolvidos. Diz, no entanto, que todos atuam no policiamento ostensivo do bairro da zona sul de Porto Alegre. Informações extra-oficiais dão conta de que os presos seriam dois soldados e um sargento. Pelo menos dois dos PMs detidos durante a operação já têm antecedentes criminais.
Além dos policiais, outros cinco suspeitos foram presos e nove pessoas conduzidas coercitivamente para prestar depoimentos na delegacia. O proprietário de um minimercado está entre os presos por receptação de produtos roubados.
Um dos PMs foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Os outros dois, por tráfico de drogas. Os policiais são apontados pela investigação por agirem em associação com uma quadrilha do bairro. Além do tráfico de drogas, o grupo cometeria assaltos.
Durante a ação, foram apreendidas pequenas quantidades de crack e maconha, munições, um fuzil .762 e uma pistola .380.
De acordo com a Corregedoria, como não foi configurado crime militar, as condutas dos brigadianos é que serão apuradas. O resultado pode ser até mesmo a exclusão da corporação.
A investigação do Ministério Público foi iniciada em outubro do ano passado e, na terça, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão em casas de policiais e outros suspeitos. Conforme o tenente-coronel Régis da Rosa, essa seria a primeira etapa dessa apuração.
Até o momento, o promotor responsável pelo caso não se manifesta. A investigação é mantida em sigilo e os nomes dos envolvidos ainda não são divulgados.