O rastro de sangue de aproximadamente 50 metros mostrava o trajeto percorrido por um dos dois assaltantes mortos em Gravataí, na Região Metropolitana, após tentarem assaltar uma ótica na manhã desta sexta-feira. A dupla entrou no estabelecimento por volta das 11h30min e anunciou o assalto. De imediato, um deles mandou que o único cliente da loja, um policial militar à paisana, sentasse em uma cadeira. Em seguida, enquanto um se dirigiu à vitrine, o outro pediu à mulher do proprietário que entregasse dinheiro e relógios.
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Aproveitando a distração dos bandidos, que lhes deram as costas, o policial sacou a arma e disparou contra ambos. Um deles caiu morto dentro da loja. O outro, identificado como Carlos Rafael Rodrigues de Oliveira, 33 anos, conseguiu correr por cerca de 50 metros, da Rua Coronel Fonseca, onde fica a ótica, até a Rua Anápio Gomes, onde desabou sobre o asfalto.
Conforme o delegado Gustavo Brentano, da 1ª Delegacia de Polícia de Gravataí, Carlos Rafael tem antecedentes criminais por roubo, furto e receptação. A Polícia Civil está buscando imagens de câmeras de vigilância que tenham flagrado a ação para tentar identificar se há comparsas envolvidos na ação.
– A gente já sabe que um deles estacionou a moto que apreendemos na Rua Anápio Gomes e que o outro chegou pela Avenida José Loureiro da Silva. Os dois se encontraram e foram até a ótica – detalhou.
Conforme o Instituto-Geral de Perícias, eles foram alvejados por cinco disparos.
Dono da loja, Jorge Otávio Medeiros não estava no estabelecimento quando os criminosos chegaram, mas disse que a sua mulher e os quatro funcionários que trabalhavam no momento da ação estão abalados. Segundo ele, o policial tinha ido à ótica para pagar uma conta.
– Tenho essa ótica há 8 anos e nunca fomos assaltados dessa maneira. Fomos roubados, furtados, mas nada parecido como hoje.
Área de muitos comércios
A zona onde aconteceu o assalto abriga inúmeros estabelecimentos comerciais. Quem trabalha na proximidades da ótica, se não viu a ação, pelo menos escutou os tiros. Uma empresária de 43 anos contou que ao ouvir o primeiro disparo, correu para uma sala nos fundos da loja localizada na mesma rua do estabelecimento atacado.
– Eu não vi nada, porque no primeiro tiro eu me escondi. Imaginei que fosse assalto – relatou.
Ao seguir as marcas de sangue, se chegava ao ponto onde o segundo assaltante caiu morto, na Rua Anápio Gomes. Funcionárias de uma loja localizada nesta via viram o policial à paisana correndo em direção ao assaltante.
– Chama o 190, chama o 190. Ele gritava assim. Quando saí na rua, vi um homem com uma arma na mão. Era o policial, mas eu não sabia. Corri para dentro da loja achando que era um assalto – descreveu uma delas.