O secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que a rebelião e a morte de quatro presos no Presídio de Getúlio Vargas, na manhã desta quarta-feira, não possuem relação com a greve dos agentes penitenciários. Segundo Schirmer, a confusão foi motivada pela insatisfação de um preso. As informações são da Rádio Gaúcha.
– Pelas informações preliminares, aquele presídio não estava em greve. O que aconteceu lá foi motivado pela insatisfação de um preso diante de uma decisão judicial relativamente a um pedido de licença para se ausentar do presídio durante o Natal. O apenado colocou fogo em um colchão, ele é do regime semi-aberto, a fumaça foi para o presídio fechado e, portanto, causou essas vítimas de forma lastimável – disse.
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Schirmer ainda lamentou que a decisão judicial que garante a manutenção de serviços da Susepe durante o período de paralisação dos servidores não esteja sendo cumprida pelos agentes penitenciários. Durante a madrugada, a Justiça determinou efetivo mínimo de 30% dos agentes e retomada das visitas nas casas prisionais do Rio Grande do Sul.
O Instituto Geral de Perícias (IGP) já está no presídio iniciando as investigações sobre as mortes e a Susepe abriu sindicância para apurar o caso.
Sobre a greve dos agentes penitenciários, o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul (Amapergs-Sindicato), Flávio Berneira, reclamou da falta de efetivo da categoria e afirmou que os servidores estão avaliando a viabilidade de retomar as visitas aos presos. "Nossa preocupação é com a segurança devido à greve", ressaltou, ao Gaúcha Repórter.
Juíza também afirma que caso é isolado
Assim como o secretário de Segurança Pública, a juíza de Execuções Penais de Getúlio Vargas, Mariana Bezerra Salamé, também afirmou que a rebelião na casa prisional foi um fato isolado que começou na cela do regime semi-aberto.
"Aparentemente, foi um fato isolado, sem nenhuma relação com as rebeliões que estão acontecendo no Estado. Pelo efetivo baixo da Comarca, os servidores não estavam participando da greve. [...] Foi algo bem isolado", disse em entrevista ao Gaúcha Repórter.
Os quatro presos que morreram nesta manhã no Presídio de Getúlio Vargas estavam nas celas do regime fechado, onde a fumaça se espalhou e a rede elétrica foi danificada. Doze presos do regime semi-aberto terão que ser transferidos, pois as celas ficaram danificadas pelo fogo. Outros dois detentos ficaram feridos na ação e estão hospitalizados.
*Rádio Gaúcha