Um dos homens apontados pela polícia como participante do sequestro do idoso Luís Carlos Protti, 75 anos, no bairro Bom Jesus, zona leste da Capital, deveria estar sob a responsabilidade da Susepe quando o crime aconteceu. Não estava, e não por falta de insistência própria.
Em outubro, Pedro Henrique Pinto Peralta, 30 anos, foi beneficiado com a progressão de regime para o semiaberto e se apresentou ao órgão estadual. Na ausência de vagas em casas prisionais específicas, deveria passar ao monitoramento por tornozeleira, mas também não havia nenhuma disponível. Retornou outras sete vezes semanais – a última na semana passada – à Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) para que não fosse considerado um foragido. E a resposta foi sempre a mesma.
Pedro Henrique faz parte de um grupo de 349 detentos que atualmente estão em um limbo no sistema penitenciário. Não podem permanecer no regime fechado e não têm vagas no semiaberto.
Atualmente, o Estado tem 1.697 apenados com tornozeleiras – 834 são da Região Metropolitana –, ainda assim, um volume insuficiente para atender aos 4,2 mil detentos com direito à progressão e sem vagas em albergues. A partir da investigação do sequestro, a polícia solicitou a prisão de Pedro Henrique, que agora é considerado foragido.
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De acordo com o delegado Marco Antônio de Souza, que investiga o desaparecimento do idoso, Pedro Henrique Peralta teria sido flagrado em imagens fazendo compras com os cartões da vítima. A expectativa da polícia é ouvi-lo para obter mais informações sobre o paradeiro da vítima. Na terça, houve buscas no bairro Passo das Pedras, mas o suspeito fugiu.
– Nossa prioridade agora é prender ele e seguir coletando informações sobre o possível cativeiro em que eles mantiveram a vítima. As buscas prosseguem – garante o delegado.
Peralta tem um histórico de crimes semelhantes ao que está sob investigação. Foi preso em flagrante em dezembro de 2015 depois de uma sequência de dois roubos de veículos na Capital. Nos dois crimes, ele e um comparsa teriam levado as vítimas dentro do carro por um período após o roubo. Ele foi condenado por roubo e extorsão, e tem pena a cumprir até 2022.
Segurança Já
Procurado por sequestro de idoso em Porto Alegre estava em casa por falta de vaga na cadeia
Suspeito se apresentou oito vezes à Susepe desde outubro esperando vaga no regime semiaberto. Polícia acredita que homem participou do sequestro de Luís Carlos Protti, 75 anos, e agora está foragido
Mariana Furlan
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