Três dias após ser baleado no abdômen durante um assalto, o dono do restaurante Aquavit foi transferido do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre para um hospital particular da Capital e não corre mais risco. O empresário passou por uma bateria de exames, mas segue internado.
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Depois de limpar o caixa, o criminoso que invadiu o restaurante localizado no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, repetia ao dono que queria o dinheiro que estava na cozinha, contou uma funcionária que presenciou o assalto ocorrido no sábado. O assaltante, identificado como Everaldo Borges Bernardes, 38 anos, rendeu o empresário e logo ordenou que ele lhe entregasse o relógio e todo o dinheiro que estava no caixa. Mesmo tendo sido atendido prontamente, não se deu por satisfeito.
– Ele queria mais e repetia: eu sei que tu tem dinheiro na cozinha – comentou uma funcionária que testemunhou o crime.
Ela lembra que o empresário argumentava que tinha entregado tudo e pedia que o criminoso fosse embora. Irritado, Bernardes – que já foi preso outras 22 vezes pela Brigada Militar – chegou a dizer que havia um carro com comparsas esperando para entrar e matar todo mundo, caso não obedecessem.
– Ameaçou bastante. Disse para ele ficar de joelho. Mandou que todos nós estrássemos em uma salinha, mas ele se negou. Não queria aceitar. Só falava 'Meu, já te dei o dinheiro que eu tinha. Vai embora' – detalhou a funcionária.
Então, teve início a luta corporal que resultou com o empresário baleado no abdômen e o assaltante de raspão na cabeça. Os funcionários interviram e conseguiram desarmar o assaltante, que, mesmo sem arma, tentou investir contra o grupo e foi baleado no joelho.
– Ele estava possuído. Só parou com o tiro – contou.
Um policial que passava pela rua ouviu os gritos, entrou no restaurante quando ambos já estavam baleados e deteve o assaltante até a chegada da Brigada Militar.
Como aconteceu
Era 15h30min, momento em que os funcionários almoçavam. O criminoso bateu na cortina de ferro, que estava entreaberta, o empresário levantou da mesa e foi atender. Por trás da porta de vidro chaveada, conversou com Bernardes, na calçada. Conforme a funcionária, o criminoso estava com capacete e com uma folha branca na mão, como se fosse um currículo ou algum documento que precisasse da assinatura do empresário.
– Inocente, ele abriu a porta e o rapaz anunciou o assalto – disse a funcionária.
O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. Conforme o delegado Paulo Jardim, todas as hipóteses estão sendo levadas em consideração.