O agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação Carlos Henrique Severo, 39 anos, foi sepultado com honras militares na tarde desta sexta-feira, no Cemitério São Vicente, em Canoas, onde moram familiares dele.
A condução do caixão ao túmulo foi marcada pelo somo de um soldado corneteiro da guarda fúnebre do 3º Batalhão de Polícia do Exército (3º BPE), acompanhado de agentes da EPTC, da Guarda Municipal, da Polícia Rodoviária Federal e da Brigada Militar.
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Desde cedo, parentes e amigos se reuniram para a despedida. Colegas da EPTC e ex-colegas do Exército vestiam uniformes semelhantes ao que Severo usou durante sua trajetória profissional.
Entre eles, militares que integraram com Severo a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), no Timor-Leste, em 2000, do 3º BPE e da Associação dos Veteranos e Amigos da Polícia do Exército (Aveape-RS).
Severo esteve nas fileiras do Exército entre 1996 e 2004. No Timor, como cabo, atuou na segurança da família do ex-presidente do país, José Ramos-Horta. Anos depois, ajudou a fundar o Instituto Boina Azul, que congrega cerca de 300 militares gaúchos que estiveram em missões no Timor e no Haiti.
– Era uma excelente pessoa, um ser humano nota 10, profissional competente – enfatizou o capitão da reserva do Exército Oscar Neto.
O capitão lembrou que Severo pertencia ao grupo de instrutores da Aveape-RS, ministrando aulas de prevenção de acidentes com motocicletas para servidores do Comando Militar do Sul.
– A paixão dele eram as motos. Recentemente, comprou uma Yahama Super Tenere 750 cilindradas, usada, que pretendia reformar – acrescentou Neto.
A morte também abalou colegas de Severo na EPTC, na qual trabalhava havia 11 anos.
– Era um irmão. Juntos, fomos precursores da Balada Segura. É uma perda muito dolorosa, ainda mais da maneira como foi. Somos reféns da criminalidade – lamentou o agente Flávio Ferreira.
Severo fez parte da equipe de batedores da EPTC com Ferreira, do Comando de Ações Especiais e, nos últimos tempos, estava lotado no Posto de Controle Avançado Norte, da EPTC, no bairro Humaitá.
O turno de trabalho era de seis horas diárias e, conforme a Polícia Civil apurou, em dias de folga, Severo aumentava seus ganhos fazendo bico como segurança em estabelecimentos comerciais na Avenida Assis Brasil, zona norte da Capital.
– Não sabia disso. Mas posso garantir que nunca interferiu ou atrapalhou o desempenho dele na EPTC – assegurou o diretor-presidente da empresa, Vanderlei Cappellari.
Natural de Porto Alegre, Severo era casado e deixa um casal de filhos. A viúva evitou entrevistas.
Despedida
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José Luís Costa
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