Os cinco suspeitos de envolvimento na execução do empresário Marcelo Oliveira Dias, 44 anos, foram denunciados pelo Ministério Público. O crime ocorreu no dia 20 de outubro, no estacionamento do supermercado Zaffari do bairro Cavalhada, na zona sul de Porto Alegre. A investigação do Departamento de Homicídios concluiu que a vítima foi morta por engano, confundida com um traficante. As informações são da Rádio Gaúcha.
Foram denunciados como mandantes Fábio Fogassa, Bruno Fernando Sanhudo Teixeira e Geovani Bueno Antunes – que, segundo as investigações, ordenaram o crime de dentro da cadeia. Já Carlos Henrique dos Santos Duarte e Rafael Panosso de Albuquerque foram enquadrados como executores. Apenas o último deles segue foragido. Um sexto participante foi morto em confronto com a Brigada Militar.
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Se aceita a denúncia, todos eles responderão pelo homicídio do empresário e pela tentativa de homicídio da filha, de quatro anos, que foi baleada no pescoço. A Promotoria entendeu que os crimes foram qualificados, por motivo torpe, gerando perigo comum, tendo sido usados recursos que dificultaram a defesa das vítimas. Eles também foram denunciados por receptação de veículo roubado, adulteração de sinal de veículo, associação criminosa e corrupção de menores.
Em trecho da denúncia, a promotora Sônia Mensch destacou que o assassinato teve como motivação o tráfico de drogas e que o objetivo era matar um homem que chegaria em um carro branco. Foi montada uma emboscada. Uma adolescente, que havia recebido a missão dos criminosos de avisar da entrada do homem no estabelecimento, confundiu-se e disse que o empresário era o alvo.
"Torpe a motivação dos delitos, porquanto cometidos em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e seus consectários comerciais, revelando extremo desvalor à vida humana”.
Em outro trecho, a promotora destaca a organização dos criminosos. O crime foi motivado por uma disputa envolvendo o tráfico entre a Vila dos Sargentos e o Beco do Adelar, regiões dominadas por facções rivais.
“Os denunciados concorreram para a prática delitiva ao se associarem para cometerem homicídios na região, andarem armados, praticarem o tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, distribuindo drogas na região, para manter os pontos de drogas, matando seus rivais e devedores, estabelecendo seu império e poder no local, criando verdadeira organização criminosa na região onde atuam”.
O caso da adolescente envolvida, que está internada na Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase), foi repassado para a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude. A jovem, inclusive, é uma das testemunhas do crime.
A execução
Marcelo de Oliveira Dias, 44 anos, foi morto por disparos de arma de fogo por volta das 18h30min do dia 20 de outubro no estacionamento do supermercado Zaffari da Avenida Cavalhada. Ele estava em um Peugeot 208 branco com a filha de quatro anos, que também foi baleada. A criança foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital e recebeu alta no dia seguinte.
Um perfil no Facebook foi usado para a emboscada. A adolescente estava no local e havia recebido a missão de avisar os assassinos quando um Peugeot branco entrasse no estabelecimento. O alvo dos atiradores, no entanto, teve um problema com o carro e utilizou outro veículo. Marcelo, que tinha um carro igual, foi confundido e executado.
O veículo usado pelos executores, um Fiesta de cor branca, foi encontrado por volta das 23h na Estrada Retiro da Ponta Grossa, também na Zona Sul. Ao perceber que estava sendo seguido pela polícia, o motorista do veículo iniciou a fuga. No domingo, dia 23 de outubro, a Polícia Civil comunicou que prendeu os suspeitos junto com a Brigada Militar.