Correção: entre as 20h40min do dia 18/08/2016 e 17h30min do dia 19/08/2016, a legenda da foto que ilustra esta matéria estava com a identificação dos suspeitos invertida. Richard Petry é o indivíduo da esquerda, e Davi de Oliveira o da direita. A informação foi corrigida.
O segundo suspeito de participação no latrocínio (roubo com morte) que vitimou a médica Graziela Müller Lerias, 32 anos, na zona norte da Capital, na noite do último domingo, se entregou à polícia no fim da tarde desta quinta-feira. Davi de Oliveira, 20 anos, compareceu à sede da 4ª Delegacia de Polícia da Capital acompanhado de duas advogadas.
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Ele negou ter participado do latrocínio, mas confessou ter queimado o veículo de Graziela, encontrado no bairro Restinga na última segunda-feira. O delegado Herbert Ferreira, titular da 4ª DP, que conduz a investigação, disse que o suspeito estava com diversas queimaduras no corpo, o que reforça a ação dele na queima do automóvel. Na quarta-feira, a polícia informou que fragmentos de documentos de Davi foram encontrados dentro do carro carbonizado.
Durante a conversa com os policiais, Davi de Oliveira afirmou que o outro suspeito do crime, Richard Petry, 19 anos – que se entregou na quarta-feira –, teve participação direta na morte da médica. Segundo Oliveira, ele foi o autor dos disparos que mataram Graziela.O delegado Herbert Ferreira disse que, conforme apontam as investigações, a atuação de Richard Petry no crime está mais clara, mas a de Davi continua incerta.
– Vamos realizar novas diligência atrás de novos suspeitos, pois surgiram outros nomes após o depoimento de Davi. A participação dele no latrocínio está um pouco nebulosa – Explicou.
No fim da oitiva, Davi de Oliveira passou mal e teve uma convulsão. Uma ambulância do Samu encaminhou o suspeito para o Hospital Cristo Redentor. De acordo com a Polícia Civil, ele está sob custódia e será encaminhado ao Presídio Central assim que receber alta. Richard Petry já está na prisão.
O delegado espera a conclusão das investigações para indiciar os dois suspeitos por latrocínio.O titular da 4ª DP disse que os dois indivíduos se entregaram graças ao grande cerco montado pela Polícia Civil na caça aos responsáveis pela morte da oftalmologista.
Imagens de câmeras da EPTC e de particulares, depoimentos de testemunhas e retratos falados também foram utilizados para conseguir os mandados de prisão preventiva contra os dois.
O caso
Na noite do último domingo, por volta das 19h30min, dois bandidos interceptaram o carro no qual estavam Graziela Müller Lerias, 32 anos, e sua irmã na esquina das Avenidas Sertório e Ceará, zona norte de Porto Alegre. Um dos criminosos tentou abrir as portas do veículo, mas elas estavam trancadas. De acordo com a polícia, a jovem teria se assustado e tentado acelerar. Na ação, um dos criminosos atirou contra o veículo. Um dos disparos atingiu o abdômen de Graziela.
Ela chegou a ser encaminhada ao Hospital Cristo Redentor, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de segunda-feira. Os dois suspeitos fugiram do local com o automóvel roubado.
Graziela era natural de Camaquã. Formada em Medicina na UFPel, a médica fez residência em Oftalmologia na Santa Casa, na Capital. Atualmente, cursava especialização na área e fazia residência no Banco de Olhos.
*Zero Hora