Trabalho diariamente com temas sobre violência e segurança pública. E, como não poderia deixar de ser, me deprimo, chego mal em casa, a cada vez que deparo com um caso como o da mãe que é morta enquanto esperava o filho sair da escola.
Justificadamente, o caso gerou uma série de manifestações pelas redes sociais, pela mídia... e acabou provocando a queda do secretário de segurança pública, entre outras consequências.
Mas, confesso a vocês, que a depressão é ainda maior quando percebo que a justificada repercussão em casos como esse não se repetem quando as vítimas são da periferia.
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No ano passado, insisti pelas redes sociais, e em vão, para que se clamasse por segurança pública quando da morte de uma menina de sete anos por uma bala perdida de fuzil, na guerra entre as facções, na Zona Sul da Capital.
Porém, esse crime ocorreu em uma periferia, e isso não costuma gerar grandes comoções na sociedade.
Essa coluna agora é um convite á reflexão: devemos dar atenção às mortes apenas quando elas ocorrem no asfalto, ou partimos do pressuposto de que as vidas, sejam de pessoas de classes médias e altas, sejam das chamadas populares, valem o mesmo e por elas devemos ter a mesma consideração e indignação?
Está mais do que na hora de a sociedade acordar. A indiferença também é uma forma de violência.
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